domingo, 11 de setembro de 2011

Ipen comemora 55 anos de fundação

O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) realiza, no próximo dia 14 de setembro, às 15 horas, em São Paulo, solenidade comemorativa pelo seu 55º aniversário de fundação. Na ocasião, será concedido o título de Pesquisador Emérito ao almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, diretor de Pesquisa de Reatores do instituto no início da década de 1980. O título é concedido a personalidades que tenham se destacado por sua atuação no Ipen, contribuindo para torná-lo uma instituição de excelência em ciência e tecnologia. Participam do evento o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Angelo Fernando Padilha, o superintendente do Ipen, Nilson Dias Vieira Junior, gestores de instituições científicas e tecnológicas, além de autoridades federais e estaduais.

Criado em 1956, com o nome de Instituto de Energia Atômica (IEA), o instituto desenvolve pesquisas de excelência em áreas como biotecnologia, aplicações da tecnologia nuclear, engenharia nuclear, metrologia das radiações ionizantes, proteção radiológica, células a combustível e hidrogênio, materiais, química e meio ambiente, reatores de pesquisa, lasers e diversas outras. Disponibiliza novos produtos, serviços e tecnologias voltadas à saúde, qualidade de vida e garantia de desenvolvimento com respeito ao meio ambiente.

Aberto a visitas previamente agendadas, o instituto conta com o Espaço Cultural Marcello Damy, no prédio da administração, que resgata a memória institucional, ressaltando avanços científicos e tecnológicos em várias áreas. A exposição permite ao visitante conhecer através de maquetes, algumas interativas, o funcionamento de instalações como os reatores nucleares de pesquisa e o irradiador multipropósito. No local, também está montada uma maquete mostrando a área onde será instalado o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), um dos principais projetos da área nuclear no país, com o qual o instituto está fortemente envolvido.

Neste mês de setembro, o IEA-R1, principal reator nuclear de pesquisas do país, situado no Ipen, completa cinco décadas de operação. A instalação, em torno da qual a instituição se originou e se desenvolveu, é utilizada na produção de radioisótopos utilizados em medicina nuclear, irradiação de amostras de interesse para a indústria e agricultura, testes de materiais e pesquisas diversas. Desde agosto deste ano, o IEA-R1 aumentou sua potência de operação para 4,5 megawatts, permitindo ampliar sua capacidade de irradiação de amostras destinadas a pesquisas, produção de radioisótopos e prestação de serviços.

Pesquisador Emérito

Diretor-Presidente da Eletronuclear, estatal responsável pela operação das usinas Angra 1 e 2, Othon Luiz Pinheiro da Silva é engenheiro naval formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), com pós-graduação no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Autor do projeto de concepção de ultracentrífugas para enriquecimento de urânio, no qual o Ipen também atuou, foi fundador e responsável pelo programa de desenvolvimento do ciclo do combustível nuclear e da propulsão nuclear para submarinos, de 1979 a 1994. Nestes desenvolvimentos o instituto teve papel importante, consolidando a tecnologia do ciclo nuclear, em particular o domínio da obtenção do hexafluoreto de urânio, gás utilizado no processo de enriquecimento por ultracentrifugação. O engenheiro gerenciou ainda o projeto do primeiro reator nuclear projetado e construído no Brasil, em que a participação do Ipen foi fundamental. Em 1994, recebeu do então presidente da República Itamar Franco a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, por serviços prestados à ciência e à tecnologia.
Marcello Vitorino
Ipen/MB-01: primeiro reator nuclear projetado e construído no Brasil

Memória

Há 55 anos, o então Instituto de Energia Atômica (IEA, atual Ipen) era criado, na Cidade Universitária. Pouco mais de 20 anos após a criação da USP, o Brasil avançava no campo da pesquisa nuclear. Foi um projeto ousado para São Paulo e para o Brasil. No instituto estava sendo construído o primeiro reator nacional de pesquisas, o IEA-R1, também pioneiro na América Latina. Entre as obras civis e a inauguração oficial passaram-se 14 meses. Jornais da época apontavam que idênticas instalações, em Michigan, nos Estados Unidos, levaram quatro anos para ficarem prontas. A primeira operação do IEA-R1 ocorreu em 16 de setembro de 1957, inaugurado oficialmente no ano seguinte, no aniversário de fundação da cidade de São Paulo, pelo então presidente Juscelino Kubitschek.

Link original: http://www.ipen.br/sitio/?idm=177

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