Maior honraria concedida pela CNEN, entregue no dia 10 de outubro, representa reconhecimento pelas contribuições no crescimento e difusão do uso da energia nuclear em benefício da população
A Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) recebeu no dia 10 de outubro um importante reconhecimento para a entidade: o “Prêmio Otacílio Cunha” da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) – uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC).
Na presença do presidente da CNEN, Renato Machado Cotta, o prêmio foi entregue à SBMN pelas mãos do atual ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab. Na cerimônia, que ocorreu na sede da Comissão, no Rio de Janeiro, a SBMN foi representada pelo médico nuclear e ex-presidente da entidade por duas gestões, Adelanir Antonio Barroso, que esteve acompanhado do diretor da entidade, Sérgio Altino. Barroso representou o presidente da entidade, Claudio Tinoco Mesquita, que está na
Conferência da Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA).
A honraria, que leva o nome do primeiro presidente da CNEN, é considera o reconhecimento máximo concedido pela Comissão às instituições que tenham se destacado no progresso e difusão da energia nuclear brasileira aplicada em benefício da população brasileira.
Em retorno a esta conquista, a SBMN, por meio de seu presidente, Claudio Tinoco Mesquita, encaminhou uma carta em nome dos diretores e seus associados. Confira o conteúdo contido no documento, que retrata a trajetória da medicina nuclear e da Sociedade no Brasil. “Trata-se de um importante marco na história da Sociedade e da medicina nuclear brasileira. O prêmio demonstra que estamos no caminho certo para aperfeiçoar e desenvolver nossa especialidade”, relatou o presidente.
Carta SBMN
Rio de Janeiro, 09 de outubro de 2016
Ao Ilmo. Sr. Dr. Renato Machado Cotta – Presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear; Demais membros do Conselho Deliberativo da CNEN,
A Diretoria da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) em nome dos seus associados gostaria de saudá-los e agradecer o reconhecimento obtido pela SBMN com a concessão da nobre honraria, prêmio máximo da área nuclear no Brasil, que é o Prêmio Otacílio Cunha.
A SBMN recebe com grande satisfação este reconhecimento e crê que a sua indicação foi merecida em decorrência dos esforços envidados pelos seus diretores e associados nos seus 55 anos de existência.
A SBMN foi criada por homens e mulheres visionários e determinados. No estatuto da SBMN encontramos a SBMN tem como objetivo promover, apoiar e estimular o progresso, aperfeiçoamento e a divulgação da Medicina Nuclear bem como das ciências e disciplinas correlatas nos campos científico, ético, social e econômico. Esta missão tem sido foco das suas ações, conduzidas por profissionais de grande competência técnica, firmeza de caráter e grande resiliência para enfrentar os enormes desafios que se interpuseram ao desenvolvimento da especialidade ao longo das décadas.
A SBMN hoje é uma sociedade consolidada com atuação nacional e com regionais espalhadas pelo território nacional. Entre suas inúmeras ações destacamos algumas que consideramos entre as mais relevantes:
1) Atuação para reconhecimento da especialidade como uma especialidade individual pela Comissão Nacional de Especialidades e pelo MEC, garantindo a criação das residências médicas e cursos de especialização que capacitam os profissionais para exercer a especialidade;
2) Realização do exame de SUFICIÊNCIA PARA CONCESSÃO DO TÍTULO DE ESPECIALISTA EM MEDICINA NUCLEAR DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA NUCLEAR E IMAGEM MOLECULAR em conjunto com a ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA e com a CNEN que permite o exercício da prática da especialidade no território nacional;
3) SOLICITAÇÃO DE incorporação de novos procedimentos de medicina nuclear na saúde suplementar e na saúde pública, destacando-se a longa e vitoriosa batalha para incorporação da tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT) na ANS e no SUS que durou mais de uma década e que beneficia milhares de pacientes com câncer no Brasil;
4) A Representação da especialidade Medicina Nuclear no Brasil junto à ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA, sendo a SBMN a representante legítima dos médicos nucleares nos diversos foros necessários;
5) A padronização dos procedimentos de medicina nuclear através da publicação de diretrizes e guidelines que promovem uniformização da prática de medicina nuclear e contribuem para melhoria da qualidade e segurançados pacientes;
6) A luta por melhores condições de exercício da prática da medicina nuclear com harmonização da codificação de reembolso pela ANS bem como busca de recomposição de perdas para a prática no SUS e na Saúde Suplementar;
7) O apoio e engajamento para as diversas inciativas que levem o Brasil a obter autossuficiência na produção e distribuição de radiofármacos modificando o cenário atual de defasagem e escassez de radiofármacos no Brasil, considerando estratégica a implantação do Reator Brasileiro Multipropósito para que o Brasil inverta o atual cenário de saída de divisas e instabilidade de oferta de isótopos médicos;
8) A proposição de um Plano de Expansão da Medicina Nuclear, em especial no SUS, com o objetivo de combater a grave assimetria que leva à subutilização dos procedimentos de medicina nuclear pela porção mais carente da população. Em atendimento a este apelo as Nações Unidas lançaram neste ano que o Brasil deve ter como meta dobrar o número de procedimentos de medicina nuclear para a sua população;
9) A Defesa incansável da especialidade e dos médicos que a exercem através de múltiplas ações junto aos conselhos de especialidade e na interação com outros especialidades. Em especial destacamos a busca de aperfeiçoamentos na legislação sanitária que permitiu o registro dos radiofármacos mas que ainda precisa se modernizar para atender às necessidades de incorporação ágil e segura dos novos traçadores de alto impacto para a prática da medicina nuclear nas suas múltiplas áreas de ação;
10) A promoção e divulgação do conhecimento científico para os profissionais de saúde e para a população de modo geral, através dos seus 29 congressos já realizados, encontros, jornadas, simpósios, workshops, palestras nas suas regionais, que agora encontram-se distribuídas pelo território nacional aumentado a capilaridade da especialidade.
É indispensável dizer que a história da SBMN e da Medicina Nuclear brasileira é indissociável da própria história da Comissão Nacional de Energia Nuclear, pois a regulação, o desenvolvimento, a oferta dos radiofármacos e os prolíficos resultados desta parceria são visíveis sendo traduzidos em resultados para a população, com serviços de medicina nuclear presentes e atuantes em todos os estados da federação.
Termino destacando e dedicando este prêmio às centenas de médicos nucleares que realizam diariamente a sua prática de modo anônimo e silencioso em todo o território nacional. São eles os responsáveis por prover o atendimento da população e realizar os quase 2 milhões de procedimentos de medicina nuclear realizados a cada ano no Brasil, impactando diretamente na saúde de pacientes em todo o país. Reforço que estes números ainda são muito insuficientes frente às reais necessidades da população, mas demonstram a importância da especialidade. São estes médicos nucleares que vivenciam diretamente as dificuldades para exercício da especialidade e é para eles que a SBMN volta todas as suas ações.
Por tudo isto, a SBMN, engrandecida e entusiasmada com a concessão do Prêmio Otacílio Cunha, entende que um período jubiloso se aproxima para a Medicina Nuclear brasileira, mas que requer o enfrentamento de desafios gigantescos. Para tal, temos certeza, a SBMN não se furtará em cumprir sua missão, que é atuar para que o exercício da medicina nuclear leve à melhoria da saúde do paciente, sendo este o centro das nossas ações e sentido da nossa existência.
Muito obrigado.
Claudio Tinoco Mesquita
Presidente da SBMN
SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA NUCLEAR