segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Medicina nuclear é alvo de debate na INAC 2013

O atual cenário da medicina nuclear no Brasil, seus avanços e desafios, foi tema de discussão em mesa redonda da Conferência Nuclear Internacional do Atlântico (INAC 2013). O debate contou com a participação da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), representada pelo presidente, Celso Darío Ramos; do diretor de Radiofarmácia do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), Jair Mengatti; da diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear – DPD/CNEN, representada por Sérgio Filgueiras, e do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, o químico Fábio Luiz Navarro.
 
Ramos apresentou aos participantes diversas indicações dos radiofármacos nos campos diagnóstico e terapêutico. O presidente da SBMN salientou que, apesar da importância dos radiofármacos, tanto no âmbito da ciência quanto da medicina, há ainda entraves que fragilizam o progresso desta área no Brasil. Segundo ele, a ausência de normativas e regulamentação adaptadas à realidade do País comprometem o processo de registro destes produtos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que  representa uma entrave para o avanço da medicina nuclear. “Hoje seguimos os padrões dos Estados Unidos e Europa, em que as agências reguladoras classificam os radiofármacos de maneira semelhante a antibióticos, o que não corre sponde à realidade, tendo em vista diferenças que começam pelo risco de reações adversas graves próximas de zero pelos radiofármacos”, salientou Ramos. 
 
A formação e qualificação de profissionais médicos nucleares e de áreas correlatas também esteve presente na pauta. Mengatti salientou que atualmente a concentração de especialistas está no Sul e Sudeste, fato que pode acabar impactando no acesso da população à MN. Outro desafio refere-se à necessidade de o Brasil se tornar autossuficiente na produção de radiofármacos. Enquanto nos Estados Unidos há mais de 40 reatores de pesquisa, no Brasil há um reator em atividade. “Aguardamos a aprovação final do projeto do Reator Multipropósito Brasileiro para que seja iniciada sua construção”, relatou o coordenador do Departamento de Radiofarmácia  da SBMN.
 
Realizada pela Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN), a INAC 2013 teve como mote central, balizador das discussões, o tema “Os benefícios da tecnologia nuclear para a inclusão Social”. O encontro reuniu mais de 800 participantes, entre especialistas das cinco regiões do País e convidados internacionais, nos dias 25 a 29 de novembro, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda (PE). 


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