Material é utilizado na realização de exames diagnósticos
A realização de exames para diagnósticos como embolia pulmonar, tumores e infarto do miocárdio, poderá ser em parte comprometida no Brasil. O alerta é da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN). A entidade explica que este fato se deve à falta do molibdênio-99 (Mo-99), um radioisótopo usado como matéria-prima para geração do tecnécio-99m (Tc99m), empregado na medicina nuclear para o diagnóstico de diversas doenças, que incluem câncer, obstruções renais, demências e outras.
O Brasil depende da importação do Mo-99 da Argentina, Canadá e África do Sul, sendo que os dois últimos apresentaram problemas nas respectivas produções, o que afetou o fornecimento do elemento à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia federal, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável por executar ações de pesquisa, desenvolvimento, promoção e prestação de serviços na área de tecnologia nuclear e suas aplicações para fins pacíficos.
Devido a este cenário a entrega de geradores do tecnécio-99m fornecidos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), órgão ligado à CNEN, responsável pela distribuição do gerador de Tc99m, foi parcialmente suspensa. Em comunicado a instituição relatou que a quantidade a ser recebida via Argentina é menos que a metade do necessário. “Apesar dos esforços (...) a quantidade que será embarcada será muito abaixo das nossas necessidades, pois temos uma demanda de 420 Ci e estimamos que iremos receber apenas 160 Ci. Portanto, para atender a todos os nossos clientes de forma equânime, iremos enviar neste final de semana ...(para cada)... Instituição um gerador de tecnécio com atividade máxima de 500 mCi", esclarece o IPEN. Segundo a SBMN a atividade máxima normal chega a 2000 mCi.
De acordo com o presidente da SBMN, Celso Darío Ramos, o frágil cenário ocasionado pela dependência do Brasil pela importação do Mo99 reforça o fato de que o país necessita encontrar outros meios de obter o material e, também de urgentemente implantar um reator, capaz de suprir a demanda nacional.
Apesar de aprovada a implantação de Reator Multipropósito Brasileiro, que permitirá ao Brasil a autossuficência na produção de radioisótopos, ainda levará anos para que o projeto fique pronto.
A SBMN recomenda ainda que os centros brasileiros que dependem do Mo-99 aproveitem a capacidade máxima do gerador entregue na última remessa nesta semana para fins de exames, antecipando, quando possível, o maior número de procedimentos, em especial, para este final de semana.
Link original: http://www.sbmn.org.br/site/secao/visualiza/1224
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