O IEA-R1, primeiro reator nuclear de pesquisas do Brasil, completará, em 2017, 60 anos de atividades, com vários trabalhos de ponta sendo desenvolvidos, que vão desde desenvolvimento de novos nanomateriais e semicondutores, até estudos de arqueologia. É um dos poucos no mundo em que é possível se visitar o saguão da piscina com ele em operação, atividade considerada uma "obrigação do IPEN", na opinião de Frederico Genezini, 44, gerente do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq), ao qual o IEA-R1 está vinculado.
Em entrevista para o Órbita, Fred, como é chamado pelos colegas, fala das atividades do Centro, vislumbra um horizonte de mais duas décadas de plena atividade para o IEA-R1 e diz que ele dará impulso às atividades a serem desenvolvidas no Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).
"Nosso reator tem sido modernizado constantemente nos últimos anos, com grandes investimentos da casa. Os visitantes de outros reatores elogiam muito o IEA-R1. As técnicas que usamos aqui no reator são bastante específicas e com capacidades únicas. Agora mesmo estamos iniciando um estudo para produção de células solares por meio irradiação com nêutrons do reator. Acredito que o IEA-R1 pode continuar contribuindo com a sociedade brasileira para além de um horizonte de 15 a 20 anos e dando impulso às atividades que serão desenvolvidas no RMB", afirmou.
Vindo das "categorias de base", referindo-se à iniciação científica, Fred também comenta o desafio de gerenciar o Centro que abriga o reator que deu origem ao IPEN, sobretudo no momento em que a legislação que contempla benefícios para quem trabalha na área nuclear está levando a uma readequação dos serviços no CRPq. "Até abril de 2015, operávamos semanalmente por 60 horas contínuas e, atualmente, operamos 8 horas diárias, 4 dias por semana. É uma questão complicada", diz.
Em relação a áreas que podem ser descontinuadas com a aposentadoria de pesquisadores, Fred informa que o CRPq está mapeando essas áreas e acredita que esse processo possa ser "uma janela de oportunidade que nos torne mais competitivos nas linhas que sobreviverem". Apesar de ser apontado como uma nova liderança no IPEN, Fred diz que, ao deixar a gerência do CRPq, pretende se dedicar mais às atribuições de pesquisa e também de ensino.
Para ler a entrevista completa, clique aqui.
Link original: https://www.ipen.br/portal_por/portal/interna.php?secao_id=38&campo=6669
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