Apresentações do Plano Diretor acenderam o alerta quanto ao futuro do IPEN
"O Instituto que salva vidas está morrendo, precisamos salvá-lo". Com essas palavras, o superintendente José Carlos Bressiani expressa a sua preocupação com o futuro do IPEN, como um "recado" aos governantes, referindo-se ao sucessivo contingenciamento e à aposentadoria de servidores sem a devida reposição.
O alerta vermelho acendeu com as apresentações do Plano Diretor 2015 - ciclo 2016, realizadas de 8 a 18 de março. Em longa entrevista ao Órbita, Bressiani destaca a necessidade de inovar, "para não perdermos 60 anos de história".
Apesar da crise, contudo, a qualidade das pesquisas, dos serviços e das publicações se manteve. Segundo o superintendente, a direção do IPEN percebeu o amadurecimento de vários grupos de pesquisa, mesmo diante das dificuldades de financiamento, principalmente de orçamento público, já que a pesquisa propriamente é viabilizada pelas agências de fomento.
"Contamos com estudantes de graduação e de pós-graduação, cujo número anual tem se mantido na faixa de mil alunos. É uma grande força de trabalho. Mas há o problema da falta de recursos humanos, que a gente supera, onde é possível, com pessoal terceirizado".
Com seu estilo "direto", Bressiani cobra dedicação ao trabalho no IPEN e nem sempre é compreendido na mensagem que deseja passar. "No momento em que fazemos uma avaliação dos resultados obtidos de um determinado ano, é natural que façamos avaliações de todas as ordens. E é nesse sentido que as minhas manifestações são colocadas", afirma, acrescentando que não não se tratam de cobrança individual, nem gratuita, "é visando a melhoria da instituição que eu dirijo, esse, afinal, é um dos meus papéis".
Para estimular os servidores, a direção criou novos prêmios internos individuais e coletivos. "Na verdade, é mais um reconhecimento para os nossos servidores e pesquisadores, porque em termos de recursos financeiros, alguns prêmios representam pouco". Para Bressiani, o caminho para driblar a crise é a inovação, área que tem sido prioridade na gestão.
"As instituições de pesquisa têm que trabalhar nessa linha, seja levando inovação, seja do setor produtivo com retorno econômico ou social", destaca o superintendente, lembrando que a maior incubadora do Brasil está no IPEN.
Perguntado se pleiteará sua recondução ao cargo, Bressiani diz que "hoje, não está nos planos". Ele também fala do novo curso de pós-graduação do IPEN e faz um balanço geral dos seus três anos e meio de gestão, o último ano de mandato.
Para ler a entrevista completa, nas páginas 4 e 5 da mais recente edição do Órbita (Março/Abril), clique aqui.
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