Pela primeira vez a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) teve a oportunidade de estabelecer uma agenda na Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde (SAS-MS). Em 5 de fevereiro, o presidente da SBMN, Claudio Tinoco, juntamente com Enio de Freitas Gomes e Gustavo Gomes, da regional da entidade em Brasília (DF), foi recebido em Brasília (DF), no gabinete da nova coordenadora da Secretaria, Lumena Almeida Castro Furtado, em companhia da Coordenadora-Geral de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas da SAS-MS, Patricia Sampaio Chueiri.
“Tivemos a oportunidade de apresentar a medicina nuclear em suas diversas instâncias de atuação e esclarecer quanto aos impactos de sua aplicabilidade nos campos diagnóstico e terapêuticos das doenças crônicas no que cabe à saúde pública, em seus diferentes níveis de atenção à saúde”, relatou Tinoco.
Com o objetivo de ampliar a perspectiva de acesso à medicina nuclear via Sistema Único de Saúde (SUS), a SBMN apresentou algumas proposições que serão avaliadas pela SAS-MS:
- Reajuste da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) para os procedimentos de MN
- Desmembramento do valor do insumo radioativo do valor do exame no ressarcimento, visto que a maior parte da matéria-prima da medicina nuclear é adquirida fora do Brasil e seu custo está atrelado ao preço do dólar, o que causa um aumento sensível nos valores. Para se ter uma ideia só o tecnécio apresentou um aumento de 21% de 2009 a 2015 e nenhum repasse foi feito pelo MS para “cobrir” esta defasagem
- Plano de expansão da Medicina Nuclear no SUS nos moldes do que já existe para a radioterapia – com a ampliação do acesso a MN, em especial no campo das doenças crônicas, como por exemplo as cardiovasculares.
- Ampliar o alcance da MN no SUS – hoje o panorama de acesso por vias públicas é cerca de 20 a 30 vezes menor que na saúde suplementar, sendo regiões Norte e Nordeste as que representam mais baixos índices.
- Ampliação das vagas para Residência Médica em MN no Brasil – visto que ainda há poucos centros formadores no País
- Estabelecer mecanismo para ampliar o conhecimento por parte dos jovens médicos em medicina nuclear por meio da inclusão na grade de ensino da graduação
- Criar uma linha de financiamento para que possa haver uma troca de equipamentos
- Apoio do MS aos projetos de expansão da MN no País - principalmente do processo de construção do Reator Multipropósito Brasileiro – que irá estabelecer a autossuficiência nacional na produção de radiofármacos, a matéria prima da MN.
Para tecer estes argumentos a SBMN buscou embasamento no DataSUS, no mapa da assistência à saúde 2013 – da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e na literatura médica (estado da arte). Com isso a SBMN pode apresentar o impacto da MN no que cabe ao custo-efetividade clínica-melhor tratamento.
Encaminhamentos
Ainda neste mês de fevereiro, a SBMN irá enviar um ofício à SAS-MS para que sejam avaliadas e respondidas as proposições efetivadas.
Na avaliação de Claudio Tinoco este encontro representou um importante momento para a SBMN devido ao estreitamento que foi estabelecido junto à SAS-MS.
Em nome da organização do Congresso da SBMN de 2015, Tinoco convidou Lumena e Patrícia a participarem do evento, a ser realizado no Rio de Janeiro (RJ).
Foto: (esq.-dir.) Enio de Freitas Gomes, Patricia Chueiri, Claudio Tinoco e Lumena Furtado.
Crédito: SBMN/Divulgação
Link original: http://www.sbmn.org.br/site/secao/visualiza/1312
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