Chances de tratamento efetivo são menores quando detecção é tardia
Vivemos em uma sociedade que está envelhecendo cada vez mais e as pessoas buscam estratégias para prolongar a longevidade com qualidade de vida.
Sabemos que a maioria das doenças neurodegerativas ocorre após os 65 anos. Nesta faixa etária, doenças como Alzheimer e Parkinson são bastante comuns, acometendo conjuntamente cerca de 1.500.000. Mas como fazer o diagnóstico precoce de doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson?
A doença de Alzheimer é a doença neurodegenerativa mais comum. Normalmente, a queixa principal dos pacientes é com relação à memória, e a via tradicional de investigação se faz com um exame de imagem estrutural, preferencialmente, ressonância de crânio. Entretanto, hoje é possível fazer o diagnóstico de demência mais precocemente.
Uma das possibilidades é a coleta de líquor com marcadores para demência de Alzheimer: proteína TAU e Beta-Amiloide. Estes marcadores em conjunto estão normalmente alterados na doença de Alzheimer. Além disso, a imagem funcional com estudo do metabolismo de glicose com Tomografia por Emissão de Pósitrons, do inglês, PET (Positrom Emission Tomography) também pode mostrar áreas de alteração do metabolismo cortical nos lobos temporais. Finalmente, a avaliação neuropsicológica é capaz de mapear, através de testes padronizados, todos os campos cognitivos relevantes e oferecer um relatório com as áreas de comprometimento significativo, por exemplo, memória, linguagem e atenção. Cabe ressaltar que tanto líquor com marcadores de demência como o PET com estudo do metabolismo de glicose e a própria avaliação neuropsicológica podem revelar anormalidades sugestivas de Alzheimer antes mesmo da ressonância magnética de crânio.
Com relação à doença de Parkinson, segunda doença neurodegenerativa mais comum, a técnica de Cintilografia cerebral com estudo dos transportadores de dopamina tem alta sensibilidade para identificar portadores de Parkinson, um diagnóstico que pode estar equivocado em até 20% das vezes. A cintilografia cerebral dos transportadores de dopamina se utiliza no Brasil de um ligante chamado TRODAT-1, que se liga em uma proteína que faz a recaptacão da dopamina liberada pelos neurônios. Assim, auxilia na detecção precoce de disfunção da dopamina, principal substância relacionada aos sintomas do Parkinson.
Logo, sabemos que hoje é possível ter acesso, em nosso país, a exames que auxiliam no diagnóstico precoce de doenças neurodegenerativas. Obviamente, cabe ressaltar que ainda existe um gargalo enorme em relação à universalização deste acesso, limitado atualmente a uma minoria de pessoas.
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