São apenas 84 pet-scans em todo o país, um para cada 2,380 milhões.
Ideal é que houvesse um equipamento para cada 50 mil habitantes.
Na segunda-feira (28) o Bom Dia Brasil mostrou a situação precária do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio. Um dos aparelhos novos encaixotados há mais de um ano chamou a atenção. O equipamento usado para escanear o corpo humano e diagnosticar doenças graves é de alta tecnologia e difícil de encontrar no Brasil. São 84 em todo o país, pelos cálculos da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear.
As imagens mostradas com exclusividade pelo Bom Dia Brasil revelaram o estado de abandono do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, que pertence à Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Em uma das caixas encontradas no corredor que virou depósito, um tesouro da medicina moderna. Avaliado em R$ 2,2 milhões, o pet-scan permite uma avaliação precisa e rápida de doenças graves, como câncer.
“Faz muita diferença em pacientes oncológicos, no diagnóstico precoce de doenças, avaliação da resposta precoce destes pacientes na terapia. Isso faz um impacto muito grande depois para o paciente em relação à sobrevida, à cura”, afirma o médico Felipe Villela Pedras.
Existem hoje no Brasil apenas 84 equipamentos, o que dá uma média de um para cada 2,380 milhões de brasileiros. A tendência é que a partir de agora aumente ainda mais a procura por este tipo de exame. Uma resolução da Agência Nacional de Saúde suplementar aumentou de três para oito as situações em que os planos de saúde deverão cobrir as despesas para quem precisa usar o equipamento.
Antes os planos só cobriam o uso para exames de pulmão, linfomas e colo retal. Agora é possível usar para nódulo solitário de pulmão, mama com metástases, melanoma, câncer de cabeça e pescoço e câncer de esôfago.
Segundo a doutora Lea Miriam, da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, o ideal é que houvesse um equipamento desses para cada 50 mil habitantes. Foi ela quem encomendou a compra do equipamento importado.
“A intenção era fazer do hospital universitário um centro de referencia, e quando acaba não aconteceu isso, devido à implosão, devido à parte elétrica do hospital que está muito ruim, que precisa ser reformada e está sendo reformada. Espero que até março do ano que vem seja consertada”, afirma.
Aos 84 anos, dona Maria José Gillet enfrenta mais uma batalha na luta contra o câncer. Ainda assim, ela se considera privilegiada. Pela segunda vez, vai se submeter a um dos mais modernos exames que existem no mundo. “Seria muito mais fácil se o governo olhasse mais e tomasse mais conta destas pessoas que não podem ter um plano de saúde”, lamenta.
A direção do hospital da UFRJ disse que aguarda o fim das obras na rede elétrica para instalar os equipamentos doados pelo Ministério da Educação.
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