Nesta quarta-feira, dia 13 de maio, os rumos da medicina nuclear serão alvo de discussões no Workshop “Plano Nacional de Expansão da Medicina Nuclear”. O encontro é organizado pela Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), em conjunto com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – representado pelo o Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (IPEN) e Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN); e o Ministério da Saúde (MS).
A iniciativa tem por objetivo promover a elaboração de estratégias conjuntas que venham a impulsionar a Medicina Nuclear nacional em suas diferentes esferas de atuação, tanto no âmbito público quanto privado. “Na ocasião serão propostos um conjunto de ações integradas que visam mudar substancialmente a oferta e a qualidade dos serviços de medicina nuclear prestados à sociedade no âmbito dos serviços públicos do Brasil, melhorando a qualidade e a eficácia dos serviços hoje prestados, o que culminará na contribuição para a melhoria da saúde da população”, avalia o presidente da SBMN e um dos coordenadores doWorkshop, Claudio Tinoco.
Na pauta estão o panorama atual e desafios à expansão; a produção e distribuição de radiofármacos no Brasil; acesso a Medicina Nuclear via SUS e Saúde Suplementar; papel da medicina nuclear no enfrentamento das Doenças Crônicas no Brasil; bem como os desafios para o ensino e pesquisa da especialidade. A SBMN apresentará também os resultados das contribuições provenientes dos membros da Sociedade sobre a expansão da MN.
Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) & Autossuficiência nacional
O Workshop trará ainda à discussão o andamento do projeto de implantação do Reator Multiprósito Brasileiro (RMB). Essencial à expansão da medicina nuclear, que representa a autossuficiência nacional do País na produção de radioisótopos – matéria prima da medicina nuclear, bem como no avanço em pesquisas neste campo.
Hoje, a obtenção do molibdênio-99 (Mo-99), um radioisótopo usado como matéria-prima para geração do tecnécio-99m (Tc99m) é obtido via importação. E, o cenário mundial da produção do material acena para uma iminente crise no fornecimento, com início previsto para o ano de 2016.
A substância Mo-99 é empregada na medicina nuclear para o diagnóstico de diversas doenças, que incluem embolia pulmonar, infecções agudas e infarto do miocárdio, câncer, obstruções renais, demências e outras. Dai a urgência de o País conquistar a independência produtiva do molibdênio-99.
Últimas - no dia 6 de maio, o ministro do MCTI, Aldo Rebelo, anunciou o incremento de R$ 3 bilhões proveniente do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo ele o fomento contemplará o projeto RMB considerado importante para o progresso da ciência nacional. O montante também é destinado ao Projeto Sirius.
Sobre a Medicina Nuclear – breve panorama
A Medicina Nuclear brasileira conta com 436 centros em operação, responsáveis pelo atendimento de mais de 2 milhões de procedimentos a cada ano. Entretanto, é notória a subutilização da medicina nuclear pela população brasileira, em especial dos usuários do Sistema Único de Saúde.
De acordo com a SBMN diversos são os motivos para a fragilidade da especialidade, destacando-se:
- Alta dependência do fornecimento de isótopos médicos produzidos pela CNEN, que detém o monopólio para a produção dos radioisótopos com meia-vida superior a duas horas;
- A ausência de reajuste das tabelas de remuneração de procedimentos de Medicina Nuclear pelo SUS desde 2009;
- A maior parcela (82%) dos procedimentos ambulatoriais de medicina nuclear diagnóstica realizados pelo SUS são feitos na esfera privada, que precisa manter a sua sustentabilidade financeira;
- A ausência de um plano coordenado de desenvolvimento da área médica nuclear, mesmo sendo possível observar iniciativas substanciais como o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro e os Projetos de Desenvolvimentos de Novos Fármacos e Boas Práticas em Radiofarmácia desenvolvidos no IPEN.
Serviço
Workshop “Plano Nacional de Expansão da Medicina Nuclear”
Data: 13 de maio
Local: Auditório do IPEN - Av. Lineu Prestes 2242 - Cidade Universitária (USP) – São Paulo
Horário: das 8h às 18h
Participantes: O Workshop reunirá os diversos integrantes da complexa cadeia de produção e distribuição de insumos radioativos – composta por médicos, representantes de esferas governamentais, autoridades regulatórias, serviços médicos especializados em medicina nuclear, bem como dos profissionais de áreas correlatas.
Coordenação: O encontro conta com a coordenação dos médicos nucleares da SBMN - Claudio Tinoco Mesquita (presidente), George Barbério Coura Filho, Ricardo Cavalcante Quartim (diretores); e dos membros da CNEN Angelo Fernando Padilha (presidente); José Carlos Bressiani; Jair Mengatti.
Link original: http://www.sbmn.org.br/site/secao/visualiza/1376
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