O PET-CT pode ser usado em vários problemas de saúde, do câncer a doenças no coração e no cérebro
É coisa de primeiro mundo. Recém-chegado a Rio Preto, para uso dos serviços de saúde tanto da rede pública (SUS) quanto particular, a PET-CT (sigla em inglês para tomografia por emissão de pósitrons) melhora o combate contra o câncer de pulmão, colorretal e de linfoma de Hodgkin e não Hodgkin. Em Rio Preto, encontra-se disponível no Ultra-X e no Hospital de Base (HB). “No SUS, os três tipos de câncer para os quais o exame está sendo indicado são aqueles em que a PET-CT agrega mais benefícios para a qualidade do tratamento, avaliando com mais precisão a extensão da doença e a necessidade de se fazer cirurgias”, explica Helvécio Magalhães, secretário do Ministério da Saúde. É muito importante a cobertura do SUS para este procedimento além dos convênios, uma vez que, na rede particular, este tipo de exame não sai por menos de R$ 3,4 mil.
O radiologista Arthur Soares Souza Junior, diretor do Ultra-X, explica que ao fazer o exame com PET-CT as imagens de tomografia e da medicina nuclear se unem, por serem realizadas em conjunto, o que permite uma avaliação anatômica e funcional das alterações encontradas. Até então, os pacientes rio-pretenses tinham de viajar até um dos serviços credenciados na região. Além da Santa Casa de Votuporanga, a primeira cidade a receber o equipamento na região, muitos eram enviados a Jaú e outras localidades mais distantes a fim de se submeter ao exame que ajuda a avaliar o grau da doença, quando já existe o diagnóstico, e também a encontrar não apenas o câncer, mas inúmeras outras patologias, inclusive cardíacas e neurológicas, de forma mais clara.“Ele tem a capacidade de avaliar a pessoa não apenas de forma estrutural, mas metabólica”, define a especialista em medicina nuclear Adriana Iozzi Joaquim, do Serviço de Medicina Nuclear do HB.
O médico nuclear Paulo Henrique Alves Togni, de Rio Preto, responsável pelo serviço em Votuporanga, explica que o equipamento pode ser utilizado em diversos tipos de problemas de saúde. Mas é muito eficaz para acompanhar os casos de linfomas, cânceres que afetam os gânglios linfáticos e também em alguns tipos de câncer de pulmão e tumor do intestino grosso. O aparelho não trabalha sozinho. Pode ser indicado quando outros exames de imagem, como radiografia simples, mamografia, cintilografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada (CT) e ressonância magnética (MRI), não foram suficientes para determinar, por exemplo, se o câncer já está com metástase ou, se após a retirada do tumor, aconteceu uma recidiva, ou seja, se ele retornou. Não há qualquer contraindicação para a pessoa se submeter ao exame. “Quando o paciente sofre de fobia, ele é sedado e dá tudo certo”, explica Adriana.
O primeiro a se submeter ao exame em Rio Preto foi Wilson Focassio, que diz ter descoberto um câncer graças ao PET-CT, fora da cidade. “Descobri um câncer que me permitiu correr a tempo e, com isso, consegui fazer o tratamento adequado e estou livre. Mas o médico que cuida de minha saúde nesse campo pediu que fizesse o exame periodicamente. Isso pode certificar que realmente não ha nada mais”, diz.
Avaliação mais completa
Adriana Iozzi Joaquim, da Medicina Nuclear do Hospital de Base (HB), de Rio Preto, explica que, diferente de outras tecnologias de imagem, como a radiografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética (voltadas predominantemente para definições anatômicas de doença), a PET-CT avalia o bombeamento sanguíneo e a atividade metabólica dos tecidos.
Pode ser usado de forma complementar ou mesmo substituindo essas técnicas de diagnóstico por imagem. “A PET fornece imagens da função e do metabolismo corporais e, dessa forma, é capaz de demonstrar as alterações bioquímicas mesmo onde antes não existia uma anormalidade estrutural evidente. Isso permite um diagnóstico precoce, que pode fazer diferença, por exemplo, para os resultados terapêuticos de neoplasias curáveis”, finaliza.
Como funciona
PET-CT implica faz uma varredura do organismo. O aparelho produz um medicamento radioativo, denominado de radiofármaco, que é agregado a um produto químico natural, como, por exemplo, a glicose ou amônia, e funciona como um marcador. Uma vez inserido no corpo, vai para áreas onde a glicose se faz necessária para produzir energia. Os cânceres usam a glicose de forma diferente do tecido normal, por isso, ao perceber o FDG presente no organismo, ele puxa para si e realça os vários tipos de tumores
Indicação
Para avaliação de pacientes oncológicos (qualquer tipo de câncer) ou ainda para estudos do coração e de doenças neurológicas, como diagnóstico precoce de doença de Alzheimer
Serve para confirmar as características de lesão suspeita de células malignas, estadiar a doença e acompanhar a resposta ao tratamento. Hoje, tem sido usado principalmente para câncer de mama, pulmão, linfoma, melanoma, entre outros
Trabalho conjunto
Desenvolvida pela medicina nuclear, a tomografia por emissão de pósitrons (PET, do inglês “Pósitron Emission Tomography”, popularmente conhecido por PET Scan) é uma técnica de diagnóstico por imagens que usa marcadores radioativos para detectar processos bioquímicos nos tecidos do corpo humano. O PET-CT é um equipamento híbrido, em que a tomografia computadorizada e a PET registram simultaneamente as imagens anatômicas e de atividade metabólica das células em um único exame
Fonte: Ultra-X, Medicina Nuclear do HB e Clínica Togni
Link original: http://www.diarioweb.com.br/novoportal/Noticias/Saude/184337,,Exame+por+imagem+determina+o+estagio+do+cancer.aspx
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