quinta-feira, 28 de julho de 2016

Estudo brasileiro desenvolve ferramenta para evitar sub-diagnóstico em câncer de tireoide

Pesquisa publicada no JAMA identificou que 46% dos pacientes apresentavam metástases linfonodais cervicais ocultas e alterou o tratamento em 38% dos casos analisados

Publicado no periódico JAMA Otolaryngology-Head & Neck Surgery, artigo de pesquisadores brasileiros investigou ferramentas mais precisas para evitar o sub-diagnóstico de metástases linfonodais cervicais do carcinoma papilífero de tireoide.

O estudo mostrou que utilizando o exame Linfocintilografia com SPECT/CT (Single-photon emission computed tomography) para Pesquisa de Linfonodo Sentinela, seguido de uma Biópsia Radioguiada desse linfonodo sentinela é possível detectar metástases linfonodais ocultas aos métodos convencionais de imagem. 

A pesquisa avaliou 42 pacientes com carcinoma papilífero de tireoide menores que 1 cm e sem suspeita de metástases linfonodais cervicais, que foram submetidos a Linfocintilografia com SPECT/CT para Pesquisa de Linfonodo Sentinela, seguidos de biópsia radioguiada.

Ao final do estudo, os pesquisadores identificaram metástases ocultas em 46% dos pacientes, que passariam despercebidas se eles fossem submetidos apenas à avaliação clínica e ultrassom. Mais do que isso, a utilização desse exame levou a uma alteração na conduta terapêutica de 38% dos pacientes e identificou metástases linfonodais em regiões cervicais inesperadas em 18% dos pacientes.

Segundo a médica nuclear Profa. Dra. Elba Etchebehere, principal autora do estudo e Diretora do Serviço de Medicina Nuclear da MND Campinas, esse exame torna mais preciso o estadiamento oncológico e enriquece os tratamentos clínico e cirúrgico de pacientes com câncer papilífero de tireóide.

Link para o estudo:

Molecular Imaging Agents in Medicine - February 13th to 15th, 2017


The Medical Imaging Center of the University Medical Center Groningen, consisting of the Departments of Nuclear Medicine & Molecular Imaging and Radiology,  cordially invites you to join the International Symposium “Molecular Imaging Agents in Medicine” to be held in Groningen, the Netherlands, on February 13th to 15th, 2017 and the Post Congress “Photopharmacology” on February 16th, 2017.

Issues addressed during this symposium are:
1.       For chemists, pharmacists and biologists: the present state-of-the-art of molecular imaging agents, work-in-progress and future developments.
2.       And for medical specialists: the benefit to clinic and/or research from the developments in a wide range of molecular imaging agents as an add-on to state-of-the-art (hybrid) preclinical and clinical imaging facilities.

HIGHLIGHTS
1.                  An international panel of experts from different fields in clinic research (imaging special­ists, clinicians, biologists, chemists, pharmacists) will discuss recent developments and future perspectives.
2.                  The Wijnberg and Vaalburg Lectures will honor pioneers in the field.
3.                  Poster sessions allowing all participants to present recent work with 3 prizes by an inde­pendent committee.
4.                  The symposium will be followed by a post-congress on “Photopharmacology”, which can be attended free of charge.
5.                  An exhibition will allow interaction with representatives of leading industries in the field.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Termina a greve dos servidores do Ipen

Acabou a paralisação de técnicos do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) responsáveis pela produção de radiofármacos após reunião com representantes do Ministério do Planejamento realizada em 26 de julho. O erro de redação que cortava 40% da gratificação dos servidores será revisto.
Em contato com o superintendente do Ipen, José Carlos Bressiani, ele reiterou que, apesar da greve, o Instituto conseguiu entregar praticamente todos os pedidos, alguns com um dia de atraso,  em função de remanejamento de funcionários de outros setores.
Ouça também entrevista cedida à CBN: http://migre.me/usmDF

terça-feira, 26 de julho de 2016

Ipen interrompe fornecimento substância usada em exames

Flúor é um radioisótopo utilizado como matéria prima em exames que diagnosticam câncer, linfomas, doenças cardiovasculares


Devido à paralisação dos funcionários do Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (IPEN), foi interrompido no Brasil o fornecimento da substância conhecida como “Fluor-18”, um radioisótopo utilizado como matéria-prima em exames que diagnosticam câncer, linfomas, doenças cardiovasculares, entre outros.

Em entrevista ao Revista Brasil, o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) e médico nuclear, Cláudio Tinoco, esclarece o que é medicina nuclear e explica que o acesso ao Fluor-18 é essencial nos diagnósticos de cânceres.

Cláudio Tinoco informa que principal fornecedor desses isótopos no Brasil é o IPEN, um órgão federal, ligado a Comissão Nacional de Energia Nuclear, e que devido as crises econômicas e as várias greves que os servidores do IPEN têm realizado, a falta de fornecimento da matéria prima é muito preocupante.

“A cada ano são realizados de 1 milhão e meio a 2 milhões de procedimentos de medicina nuclear no Brasil. Os exames são essenciais para detectar diversas doenças, entre elas, cânceres, doenças cardiovasculares, cintilografia óssea, cardíacas, cerebrais, renais, o pet scan e vários outros”, acrescenta.

Entenda o assunto ouvindo a entrevista na íntegra no player acima.

O Revista Brasil é uma produção das Rádios EBC e vai ao ar, de segunda a sábado, às 8h, na Rádio Nacional AM Brasília. A apresentação é de Valter Lima.


segunda-feira, 25 de julho de 2016

Técnicos em greve boicotam inspeções de risco nuclear - site O Jogo - Portugal

Os técnicos do Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (IPEN) decidiram boicotar o envio de 300 agentes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) para fazer a inspeção de riscos nucleares nos Jogos Olímpicos Rio2016.
Fonte: O Jogo (site de Portugal)

A decisão foi tomada esta quinta-feira, em assembleia, no âmbito da greve iniciada na segunda-feira devido a um impasse salarial. Cerca de 30 servidores do IPEN estão incluídos na convocatória da CNEN e foram chamados para trabalhar na prevenção, identificação e resposta de riscos nucleares no Rio de Janeiro e também noutras cidades onde se disputarão jogos de futebol para os Jogos Olímpicos, designadamente Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Salvador e São Paulo.

"Sou um desses técnicos convocados para fazer a varredura dos estádios, além de vistoriar hotéis das delegações. Com essa redução salarial, que foi um erro deles [governo], estamos a querer boicotar esse protocolo de material radioativo", disse o diretor da Associação dos Servidores do IPEN, Claudio Manoel Constâncio, citado pela Agência Brasil.
As gratificações que correspondem a cerca de 30% dos salários dos técnicos não foram incluídas no pacote de projetos de lei de reajuste de salários dos funcionários públicos, aprovado recentemente pelo Senado.
Para sexta-feira está prevista uma nova assembleia em frente ao setor de produção do instituto, na Universidade de São Paulo, para definir o andamento da paralisação.
Segundo a Agência Brasil, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, responsável pelo IPEN, fez saber que adotou todas as medidas necessárias para normalizar a situação dos funcionários em causa provocada pela aprovação da lei.
A tutela espera que, até ao início dos Jogos Olímpicos, que começam a 05 de agosto no Rio de Janeiro, a questão seja resolvida e que os funcionários destacados para a inspeção de indícios de radioatividade nos espaços desportivos sigam para os locais conforme planeado.
A greve também está a prejudicar o fornecimento de radiofármacos, substâncias emissoras de radiação utilizadas para radioterapia e exames de diagnóstico por imagem.
Como o IPEN é o principal fornecedor de medicamentos e substâncias para a medicina nuclear do Brasil, os técnicos decidiram hoje bloquear a saída de material do instituto.
Um dos fornecimentos interrompidos é o do radioisótopo Flúor-18, matéria-prima para realização de um dos mais importantes exames de diagnóstico de cancro.
Dado que o Flúor-18 tem duração de apenas duas horas, não é possível armazená-lo em clínicas e hospitais.

sábado, 23 de julho de 2016

Em greve, técnicos do Ipen decidem boicotar inspeção de risco nuclear nos Jogos - Agência Brasil

Fonte: Agência Brasil - EBC

Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil

Em greve desde segunda-feira (18), os técnicos do Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (Ipen) decidiram hoje (21), em assembleia, boicotar o envio de 300 agentes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) para atuar na prevenção, identificação e resposta de riscos nucleares nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.

Cerca de 30 servidores do Ipen estão incluídos na convocação da Cnen para a Rio 2016. Além do Rio, os técnicos serão enviados às cidades onde haverá partidas de futebol da Olimpíada: Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Salvador e São Paulo.

"Sou um desses técnicos convocados para fazer a varredura dos estádios, além de vistoriar hotéis das delegações. Com essa redução salarial, que foi um erro deles [governo], estamos querendo boicotar esse protocolo de material radioativo”, disse o diretor da Associação dos Servidores do Ipen, Claudio Manoel Constâncio.

Os técnicos do Ipen estão em greve por causa de um impasse salarial. As gratificações da categoria, que correspondem a cerca de 30% dos salários, não foram incluídas no Projeto de Lei nº 33/2016, de reajuste de salários dos servidores federais, aprovado pelo Senado na semana passada, o que causou descontentamento entre os técnicos. Amanhã (22), às 10h, haverá nova assembleia em frente ao setor de produção do instituto, dentro do campus da Universidade de São Paulo (USP), para definir os rumos da greve.

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, responsável pelo Ipen, disse que adotou todas as medidas necessárias para normalizar a situação dos servidores do órgão provocada pela aprovação do PL 33, que suprimiu a gratificação devida, e que negocia com o Ministério do Planejamento uma alternativa para a solução do problema.


A expectativa do ministério é que, até o início da Olimpíada, a questão esteja superada e os servidores destacados para a inspeção de indícios de radioatividade nos espaços esportivos da Rio 2016 sigam para os locais conforme o planejado. Até lá, a pasta diz que conta com a compreensão dos servidores afetados pelo PL 33 para que mantenham suas atividades.


Fornecimento

Como o Ipen é o principal fornecedor de medicamentos e insumos para a medicina nuclear do país, a produção está prejudicada e os técnicos decidiram hoje bloquear a saída de material do instituto.

Um dos produtos que teve o fornecimento interrompido é o radioisótopo Flúor-18, matéria-prima para realização de um dos mais importantes exames diagnósticos de câncer, o PET-CT. Como o Flúor-18 tem duração de apenas duas horas não é possível armazená-lo em clínicas e hospitais.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Claudio Tinoco Mesquita, a situação é alarmante e insustentável. "Podem ser impactados mais de dez mil pacientes por dia, que necessitam dos procedimentos diagnósticos e também de tratamentos que se utilizam dos radiofármacos produzidos pelo Ipen. A medicina nuclear brasileira poderá parar, porque hoje o Ipen detém o monopólio deste tipo de radioisótopo”, disse o médico, que defende a abertura do mercado de radiofármacos.

O tecnécio, usado em cintilografia do miocárdio, e o Iodo-131, utilizado em tratamentos de pacientes com câncer de tireoide, de produção exclusiva do Ipen, também estão com o fornecimento suspenso.

Esquema de segurança para Olimpíada pode ser afetado pela greve dos servidores do Ipen

Greve é por tempo indeterminado. Parte deles está escalada para vistoriar possíveis produtos radioativos nas sedes das delegações e também nos centros esportivos. São cerca de 30 técnicos em Manaus, São Paulo e Salvador
Fonte: Rádio CBN

Além disso, o Ipen atrasou procedimentos e fornecimento de radiofármacos para parte das 430 clínicas no país que usam esse tipo de insumo, a maioria para diagnóstico ou tratamento de câncer. 95% de toda a produção é de responsabilidade do Ipen. O superintendente José Carlos Bressiani estima que nesses quatro dias de greve, 24 mil pacientes tenham precisado dos radiofármacos em todo o país e explica que as clínicas e hospitais não podem armazenar algumas substâncias, como o flúor.

Superintendente do IPEN diz que remessas de Tecnécio, Iodo e Flúor estão garantidas

Em assembleia realizada no dia 22/7, funcionários decidem permanecer em greve


Na manhã desta sexta-feira, dia 22 de julho, houve nova assembleia no IPEN na tentativa de finalizar a paralisação dos funcionários do Instituto, que teve início no dia 18 de julho.
Ao final desta reunião, o superintendente do IPEN, José Carlos Bressiani, compartilhou os encaminhamentos em entrevista cedida à equipe de comunicação da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN).
Segundo ele os funcionários mobilizados decidiram manter a greve até a terça-feira, dia 26 de julho, data em que está previsto haver uma reunião no Ministério do Planejamento, em que deve ser decidido o que será feito em relação aos encaminhamentos e petições dos grevistas. Os trabalhadores do IPEN reivindicam uma mudança no Projeto de Lei nº 33/2016, que diz respeito ao reajuste salarial de funcionários federais, segundo esclareceu em entrevistas à imprensa Claudio Manoel Constâncio, diretor da Associação dos Servidores do Ipen (Assipen).
Fornecimento
Quando questionado quanto ao fornecimento dos radiofármacos aos serviços de medicina nuclear brasileiros, Bressiani relatou que os funcionários se comprometeram a não atrapalhar a saída de material – que tem sido produzido por alguns dos profissionais do Instituto, inclusive, com suporte de outras áreas.
Bressiani reforçou o compromisso de que, com isso, estão garantidas as remessas de tecnécio, iodo e flúor.
A SBMN tem acompanhado a situação desde seu princípio e considera alarmante e insustentável para a prática da medicina nuclear e, sobretudo, para a assistência aos pacientes que aguardam por procedimentos diagnósticos e terapêuticos.
Saiba mais


Medicina Nuclear e os impactos da greve de funcionários do IPEN


A Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) estima que com a continuidade da paralisação dos funcionários do Ipen e o bloqueio da saída da produção de radiofármacos do instituto, anunciados após assembleia realizada na manhã de 21 de junho, podem ser impactados mais de 10 mil pacientes por dia que necessitam dos procedimentos da medicina nuclear, tanto para fins diagnósticos quanto terapêuticos.
A situação é alarmante e insustentável. Desta forma, a medicina nuclear brasileira poderá parar, porque atualmente o IPEN detém o monopólio da produção de radioisótopos denominados de meia vida longa, matéria-prima de exames como a cintilografia do miocárdio, utilizada por pacientes com doenças cardiovasculares; que para ser realizada depende de uma substância denominada tecnécio, um radioisótopo produzido e vendido apenas pelo Instituto. Da mesma forma, o iodo-131, empregado em tratamentos de pacientes com câncer de tireoide.
Pacientes oncológicos, com câncer de pulmão, colorretal e linfoma, entre outros, que necessitem do exame PET-CT – tecnologia que utiliza o radioisótopo Flúor-18, também podem ser afetados.
Para a SBMN um caminho para reduzir esta instabilidade no fornecimento de matéria-prima da medicina nuclear é a abertura do mercado de radiofármacos. A expectativa da Sociedade com esta medida é facilitar o crescimento da medicina nuclear nacional, por meio da livre concorrência, como ocorre no segmento medicamentoso.
Uma nova assembleia deve ocorrer na sexta-feira, dia 21 de julho.
Mais informações sobre a Greve
A paralisação de funcionários do IPEN teve início na segunda-feira, dia 18 de julho. Os trabalhadores reivindicam uma mudança no Projeto de Lei nº 33/2016, que diz respeito ao reajuste salarial de funcionários federais, segundo esclarece Claudio Manoel Constâncio, diretor da Associação dos Servidores do Ipen (Assipen).
Em entrevista cedida ao portal G1, Constâncio explicou que os técnicos ficaram de fora desse projeto, o que na prática pode significar que, além de não receberem o reajuste previsto de 5% para este ano e 5% para o ano que vem, eles perderiam a gratificação de qualificação, que representa 40% da remuneração desses funcionários. O projeto de lei já passou pela Câmara e pelo Senado e aguarda sanção presidencial.
“Fomos ao governo e eles reconhece o erro, mas dizem que não tem como alterar o projeto de lei”, diz Constâncio. Segundo ele, a lei afetaria todos os técnicos da área de Ciência e Tecnologia da esfera federal, cerca de 8 mil pessoas.
Constâncio afirma que os técnicos fecharam o setor de produção de radiofármacos nesta quinta-feira (21) e que a categoria também vai boicotar a ida de 30 técnicos para Manaus e Salvador como parte da aplicação do protocolo de segurança para material radioativo durante a Olimpíada.
A SBMN lembra que em março de 2015 os funcionários também haviam paralisado a produção, em protesto pela falta de recursos para pagamento dos insumos importados e nacionais e pela interrupção de gratificação dos trabalhadores.
Também em retorno ao portal G1, o superintendente do Ipen, José Carlos Bressiani, relatou que o movimento já provocou atrasos na entrega de radiofármacos na segunda e na terça-feira. Exames e procedimentos marcados para esses dias tiveram de ser remarcados.
“Estamos deslocando pessoas de outros setores para ajuda na produção, mas a associação decidiu em assembleia bloquear a saída do material. Se isso ocorrer, não vai ter como entregar”, diz. Ele acrescenta que o Ipen está em negociação com a associação de servidores e com o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI) para reverter a paralisação.
Leia cobertura da imprensa, que contou com participação da SBMN também.


Greve afeta entrega de insumos de medicina nuclear - O Estado de S. Paulo

Funcionários de instituto que produz radiofármacos usados no diagnóstico de câncer estão parados; 340 exames foram cancelados
Fonte: O Estado de S. Paulo

Responsável pela produção de 95% dos radiofármacos usados nos hospitais e clínicas do País, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) suspendeu parcialmente a entrega desses produtos após funcionários do órgão decretarem greve, na última segunda-feira. Cerca de 340 exames ou procedimentos que usam esse tipo de insumo, a maioria para diagnóstico ou monitoramento de câncer, foram cancelados ou adiados.
Ipen está localizado dentro da Universidade de São Paulo (USP) e é vinculado ao governo do Estado, mas gerido e financiado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Segundo o superintendente do instituto, José Carlos Bressiani, a paralisação teve como motivo um erro no projeto de lei que definia os reajustes salariais e demais regras de remuneração de servidores públicos. No texto, aprovado pelo Senado na semana passada, não foi incluído o reajuste e as gratificações para as carreiras de técnico e auxiliar técnico do Ipen.
"Temos cerca de 300 técnicos e parte deles está na área de produção, onde a maioria dos funcionários aderiu à paralisação. Estamos tentando honrar a entrega dos produtos convocando funcionários em férias ou servidores de outros setores, mas estamos tendo alguns atrasos”, diz Bressiani.
Sem a inclusão da previsão das gratificações no projeto de lei, os funcionários do Ipenteriam uma redução de cerca de 30% em suas remunerações, porcentual do salário correspondente a esse benefício.
Prejudicados
De acordo com o superintendente, uma das áreas mais prejudicadas pela greve foi a de produção do radiofármaco flúor-18, necessário para a realização do exame PET-CT, procedimento que faz um rastreamento completo do corpo do paciente com o objetivo de investigar o tamanho e o estágio de tumores, além de possíveis metástases.
Seis hospitais que haviam feito encomendas do insumo para a realização do exame na terça-feira, 19, só receberam o material nesta quarta, 20. Pelo menos 37 exames tiveram de ser cancelados por causa do atraso.
De acordo com Bressiani, entre as unidades de saúde prejudicadas estão o A.C. Camargo Cancer Center, o Hospital Estadual de Heliópolis, ambos na capital, o Hospital da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Hospital Amaral Carvalho, em Jaú. O atraso na produção de iodo e gálio-68 podem ter cancelado ou atrasado outros 300 exames.
A principal dificuldade de substituição do fornecedor desses produtos é que quase a totalidade da produção no País é feita pelo Ipen, sem possibilidade de importação dos itens, pois os radiofármacos perdem eficácia rapidamente, tendo de ser utilizados poucas horas após a produção.
A suspensão do fornecimento do gálio-68 impediu que a gerente Luciana Souza, de 34 anos, passasse por um PET-CT nesta quarta-feira, 20,no Hospital Sírio-Libanês, outra unidade que confirmou ter cancelado exames por causa da greve do Ipen. No caso de Luciana, o resultado do teste é fundamental para a realização da cirurgia de retirada de um tumor, agendada para o próximo sábado. "Sem passar pelo exame, não posso fazer a operação. É uma angústia”, diz ela.
O superintendente do Ipen diz que a força-tarefa com servidores que não aderiram à greve continuará, mas que o fornecimento só deverá ser normalizado após o fim da paralisação. Na manhã desta quinta-feira, 21, os funcionários do Ipen deverão fazer uma nova assembleia para decidir se mantêm a greve.
Procurado, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações informou que detectou a ausência dos cargos de técnico e auxiliar técnico do Ipen no Projeto de Lei 33/2016 e que já solicitou ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão "a correção da matéria”, para que não haja prejuízo aos servidores.
"Além disso, o MCTIC mantém diálogo com a categoria para solucionar o problema o quanto antes”, informou o órgão, em nota.
Crise
Além de enfrentar a greve dos técnicos, o Ipen passa por uma crise orçamentária que poderá levar à suspensão completa das atividades. Conforme revelou o Estado no início do mês, o instituto só tem dinheiro para operar até o fim de agosto, de acordo com Bressiani. O orçamento do Ipen para 2016 é de aproximadamente R$ 100 milhões, R$ 50 milhões a menos do que o necessário. Cerca de 6 mil pessoas usam os produtos fabricados pelo órgão diariamente.

Greve no Ipen afeta fornecimento de radiofármacos e atrasa procedimentos

Técnicos reivindicam mudança em projeto de lei de reajuste salarial.
Houve atraso na entrega de insumos na segunda e na terça-feira.

Mariana LenharoDo G1, em São Paulo
PET-CT, exame usado no diagnóstico de câncer, é um dos procedimentos que utiliza radiofármacos produzidos pelo Ipen (Foto: Reprodução EPTV)

Uma greve no Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (Ipen) pode afetar diagnóstico e tratamento de pacientes com câncer, doenças cardiovasculares, doenças neurológicas, entre outras enfermidades. O instituto é o produtor de cerca de 95% de todos os radiofármacos usados no Brasil. Radiofármacos são substâncias radioativas utilizadas na medicina tanto para exames quanto para terapias.

O presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Claudio Tinoco Mesquita, observa que os radiofármacos atuam em quase todas as áreas da medicina e que a entidade vê a situação com preocupação.

Segundo Mesquita, podem ser afetados pacientes com câncer de pulmão, colorretal e linfoma que necessitem do PET-CT, exame que utiliza o radioisótopo Flúor-18; pacientes com câncer de tireoide, doença tratada com iodo radioativo; pacientes com doenças cardiovasculares que precisem do exame de cintilografia do miocárdio, que também utiliza uma substância radioativa, entre outros.

Reivindicação
Os técnicos do Ipen, que começaram a paralisação na segunda-feira (18), reivindicam uma mudança no Projeto de Lei nº 33/2016, que diz respeito ao reajuste salarial de funcionários federais, segundo Claudio Manoel Constâncio, diretor da Associação dos Servidores do Ipen (Assipen).

Os técnicos ficaram de fora desse projeto, o que na prática pode significar que, além de não receberem o reajuste previsto de 5% para este ano e 5% para o ano que vem, eles perderiam a gratificação de qualificação, que representa 40% da remuneração desses funcionários. O projeto de lei já passou pela Câmara e pelo Senado e aguarda sanção presidencial.

“Fomos ao governo e eles reconhece o erro, mas dizem que não tem como alterar o projeto de lei”, diz Constâncio. Segundo ele, a lei afetaria todos os técnicos da área de Ciência e Tecnologia da esfera federal, cerca de 8 mil pessoas.

Constâncio afirma que os técnicos fecharam o setor de produção de radiofármacos nesta quinta-feira (21) e que a categoria também vai boicotar a ida de 30 técnicos para Manaus e Salvador como parte da aplicação do protocolo de segurança para material radioativo durante a Olimpíada.

Procedimentos adiados
Segundo o superintendente do Ipen, José Carlos Bressiani, o movimento já provocou atrasos na entrega de radiofármacos na segunda e na terça-feira. Exames e procedimentos marcados para esses dias tiveram de ser remarcados.




“Estamos deslocando pessoas de outros setores para ajuda na produção, mas a associação decidiu em assembleia bloquear a saída do material. Se isso ocorrer, não vai ter como entregar”, diz. Ele acrescenta que o Ipen está em negociação com a associação de servidores e com o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI) para reverter a paralisação.

Se houver a interrupção do fornecimento do material, 430 clínicas e hospitais em todo o Brasil serão afetadas. Por dia, de 5 mil a 6 mil pacientes fazem algum exame ou tratamento com radiofármaco no país.

De acordo com Bressiani, além da greve, o Ipen vive uma crise financeira. “A gente tem recurso para tocar até mais ou menos a metade de setembro. A partir daí, precisa complemento de orçamento. Se não complementar, não tem como fazer”, afirma.

A Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear defende a quebra do monopólio do governo sobre os radiofármacos e que exista uma abertura do mercado para outros fornecedores, para evitar uma dependência tão grande do Ipen.

Em estado de greve, IPEN interrompe fornecimento Fluor-18

Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) esclarece que o desabastecimento impacta na realização de exames de PET-CT – utilizados para diagnosticar câncer como linfoma e outros.
Fonte: Jornal Dia a Dia
Isso ocorre devido à paralisação dos funcionários do Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (IPEN), órgão responsável pela da produção deste material, que teve início nesta semana, em 18 de julho, e permanece até o momento. Em nota enviada aos serviços de medicina nuclear, o Centro de Radiofarmácia do IPEN lamentava noticiar o desabastecimento de Fluor-18.
O presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Claudio Tinoco, esclarece que o acesso ao Fluor-18 é essencial para a medicina nuclear – no manejo clínico do paciente encaminhado para o diagnóstico de cânceres. Tinoco explica que, diferentemente de outras substâncias que podem ser estocadas para uso na medicina, o Flúor-18 tem duração somente de duas horas, o que torna "impossível tê-lo armazenado na clínica e o fornecimento precisa ser diário para garantir o serviço”, explicou o presidente da SBMN.
Em março de 2015 os funcionários também haviam paralisado a produção, em protesto pela falta de recursos para pagamento dos insumos importados e nacionais e pela interrupção de gratificação dos trabalhadores.
Mais informações
Podem ser impactados os exames diagnósticos via PET-CT oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de câncer de pulmão de células não-pequenas; câncer colorretal com metástase exclusivamente hepática com potencial ressecável e linfomas de Hodgkin e não Hodgkin.
Já por vias da saúde suplementar devem ser impactados as análises via PET de nódulo pulmonar solitário, câncer de mama metastático, câncer de cabeça e pescoço, melanoma e câncer de esôfago.
Monopólio da produção
Atualmente o IPEN comercializa produtos para 430 clínicas e hospitais de medicina nuclear, sendo um terço deste material consumido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Além do IPEN, a produção de radiofármacos também é feita no Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte, em unidades ligadas ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Comunicação (MCTIC). No caso de radioisótopos com mais de duas horas de vida ativa, denominados de "meia-vida longa” – a Constituição determina que a produção é de responsabilidade exclusiva do Estado brasileiro.
Para a SBMN um caminho para reduzir esta instabilidade no fornecimento de matéria-prima da medicina nuclear é a abertura do mercado de radiofármacos. A expectativa da Sociedade com esta medida é facilitar o crescimento da medicina nuclear nacional, por meio da livre concorrência, como ocorre no segmento medicamentoso.
Entenda o que é o PET-CT
Por meio da fusão de imagens de tomografia computadorizada convencional (CT, do inglês computed tomography) ao PET (do inglês pósitron emission tomography), originou-se o método híbrido ao qual se denomina "PET/CT”.
PET-CT é uma tecnologia que utiliza os radiofármacos e atua como ferramenta de diagnóstico e estadiamento de doenças, podendo também registrar a resposta de um determinado tumor aos tratamentos cirúrgico ou quimio-radioterápico.

IPEN inicia processo para escolha do próximo Superintendente

Os candidatos a ocuparem o cargo de superintendente devem se inscrever ao Conselho Superior do Instituto até 21/09/2016


O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) em São Paulo, inicia o processo de escolha de seu superintendente para os próximos quatro anos. Podem se candidatar ao cargo pesquisadores ou tecnologistas brasileiros ou naturalizados, que possuam o título de doutor, com competência profissional reconhecida na área nuclear ou em áreas correlatas, visibilidade junto à comunidade científica e tecnológica, experiência comprovada em gestão de projetos de C&T&I, entre outros requisitos. A data final para apresentação da candidatura estabelecida pelo Conselho Superior à Superintendente do IPEN é 21/09/2016.
Os candidatos devem apresentar carta ao Presidente do Conselho Superior do IPEN, solicitando a inscrição no processo de seleção ao cargo, currículo atualizado e texto de até cinco páginas descrevendo a sua visão de futuro para o instituto e o seu programa de gestão. A documentação deverá ser entregue em envelope lacrado na Secretaria do Conselho Superior do IPEN (Avenida Prof. Lineu Prestes, 2.242, Prédio da Administração, 4º. andar, Cidade Universitária, São Paulo/SP – CEP 05508-000).

A seleção dos candidatos será feita mediante análise dos currículos e da documentação disponibilizada, além de entrevista e exposição oral, individual, dos candidatos cujos currículos forem previamente aprovados. Após a seleção, o Conselho Superior irá elaborar a lista tríplice, em ordem de preferência, a encaminhará para aprovação do Presidente da CNEN e do Reitor da USP e, em seguida será encaminhada ao governador do Estado de São Paulo.

O superintendente nomeado ocupará o cargo por um período de quatro anos. 



Ministro do MCTIC reúne-se com dirigentes de institutos de pesquisa de São Paulo

Ministro Kassab reúne-se com representantes de institutos de pesquisa em 14/07, no IPEN

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, reuniu-se com dirigentes de vários institutos de pesquisa vinculados ao ministério para tratar de assuntos relevantes para a pasta, inclusive relacionado a questões orçamentárias.

A reunião aconteceu em 14 de julho, na Sala do Conselho da Superintendência do IPEN, em São Paulo. Em continuidade à sua viagem ao Estado, o ministro visita, na manhã do dia 15, as obras do Sirius, em construção no Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, SP.

Participaram do encontro o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Renato Machado Cotta; o superintendente do IPEN, José Carlos Bressiani; o coordenador técnico do projeto para construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), José Augusto Perrotta; o diretor de Gestão Institucional da CNEN, Cláudio de Souza Gimenez; representando o CDTN, Sérgio A.Cunha Filgueiras. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) foi representado por seu diretor, Leonel Fernando Perondi e pelo assessor Carlos Alexandre Wuensche. O representante do CNPEM, Antônio José Roque da Silva, o diretor do CEMADEN/SJC, Osvaldo Luiz de Leal Moraes e o diretor do CTI, Victor Pellegrini Mammana também participaram da reunião. O Diretor administrativo do IPEN, Wilson A. P. Calvo também participou do evento.







Última chamada: curso de “Avaliação Diagnóstica e Tratamento das Doenças Inflamatórias Cardiovasculares”


Já se inscreveu para o curso para aprender e aperfeiçoar a prática na Avaliação Diagnóstica e Tratamento das Doenças Inflamatórias Cardiovasculares?
O evento acontecerá no dia 26 de julho – das 19h às 21h, no Rio de Janeiro! As inscrições estão abertas e são gratuitas. Corra, porque as vagas são limitadas! Basta acessar na agenda: http://bit.ly/29lknnQ
Confira as informações do curso:
Data: 26/07/2016, terça-feira, das 19 às 21 horas
Tema: Avaliação Diagnóstica e Tratamento das Doenças Inflamatórias Cardiovasculares.
Palestrantes: a médica nuclear Renata Felix (INCA e INC) e o cardiologista Evandro Tinoco (UFF e Hospital Pró-Cardíaco)
Organização: Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear
Local: Colégio Brasileiro de Cirurgiões – Rio de Janeiro – RJ
Coordenador Científico deste evento: Dr. Michel Carneiro
Patrocínio: GE Healthcare
Inscrições abertas no link: http://sbmnadm.org.br/webassociado
Investimento: Grátis – Vagas limitadas!