Para a SBMN a manutenção do fornecimento de radiofármacos para a medicina nuclear brasileira é fundamental para evitar uma possível interrupção, conforme sinalizado pelo IPEN em reportagem publicada pelo Estado de S. Paulo, em 8 de julho
O Instituto de Pesquisas Energéticas (IPEN) deve parar a produção de radiofármacos em agosto por falta de verba, conforme anunciou o superintendente do Instituto, José Carlos Bressiani. Ele compartilhou esta perspectiva durante a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece em Porto Seguro, na Bahia. O indicativo foi repercutido na reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, no dia 8 de julho. Confira a matéria “Falta de verba atinge medicina nuclear e pode prejudicar 6 mil pacientes/dia”
Para a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) a manutenção do fornecimento de radiofármacos para a medicina nuclear brasileira é fundamental para evitar uma possível interrupção, conforme sinalizado. Atualmente, o Instituto é responsável por 95% dos radiofármacos produzidos no Brasil. Se isso ocorrer a estimativa é que o problema atinja aproximadamente 6 mil pacientes que são beneficiados pelo Ipen diariamente.”Se isso vier a ocorrer colocará em risco o manejo clínico de milhares de pacientes com doenças como câncer e cardiovasculares no Brasil”, esclarece o presidente da Sociedade, o médico nuclear Claudio Tinoco Mesquita.
Tinoco relata que a interrupção impactará em diagnósticos de câncer como pulmão de células não-pequenas, linfoma de Hodgkin e não-Hodgkin, e câncer colorretal (com metástase exclusivamente hepática com potencial ressecável e, também em exames cardiológicos essenciais como a cintilografia do miocárdio.
A SBMN reforça que uma das fragilidades que podem estar ocasionando esta ruptura do fornecimento de matéria prima pelo Ipen é o déficit de revisão dos valores praticados na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) para procedimentos da medicina nuclear, que têm sido pauta junto às esferas governamentais.
Com o risco da paralisação da produção do Ipen, não há como substituir os produtos com importações, uma vez que radiofármacos perdem a sua eficácia rapidamente, devido ao decaimento natural dos elementos radioativos, e precisam ser produzidos praticamente em tempo real, próximo ao local onde serão utilizados.
Em nota oficial enviada ao Estadão, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) afirmou que “não há risco de desabastecimento de radiofármacos”, pois a pasta “já havia recebido a solicitação da CNEN de adequação orçamentária para este ano equivalente às despesas programadas para a produção dos referidos produtos. O MCTIC incluiu a solicitação do CNEN nas discussões sobre créditos orçamentários com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão”, disse o texto oficial. “Paralelamente, o MCTIC tomará todas as providências necessárias para atender à solicitação do CNEN, que está recebendo normalmente a matéria-prima de Rússia, África do Sul e Argentina três vezes por semana.”
Com informações Ascom da SBMN e trechos extraídos da reportagem do Estadão.com “Falta de verba atinge medicina nuclear e pode prejudicar 6 mil pacientes/dia”
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