terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Tecnologia traz mais qualidade para os diagnósticos de radiologia por imagens

País vai esperar dois anos para receber aparelhos já em uso no exterior, que oferecem exames mais seguros sobre o que se vê dentro do organismo e em redução da radiação emitida

Publicação: 23/12/2013 06:00 Atualização: 23/12/2013 14:07

Chicago – Enquanto tecnologias com mais de 15 anos de mercado, como o PET/CT – associação entre tomografia por emissão de pósitrons e a tomografia computadorizada – começam a ganhar penetração e visibilidade dentro da comunidade médica brasileira, a indústria não para de investir em inovações. Durante a 99ª edição do Encontro Anual da Sociedade de Radiologia da América do Norte (RSNA), no mês passado, mais de 55 mil pessoas entre especialistas, estudantes e profissionais de radiologia e diagnóstico por imagem de todo o mundo se debruçaram em torno dos últimos lançamentos e avanços na área. As novidades que devem chegar no Brasil nos próximos dois anos é o tema da segunda reportagem da série "Tecnologia contra o câncer."

A maioria dos aparelhos de última geração se dedicam a apresentar soluções que ampliem a nitidez e confiabilidade das imagens produzidas e reduzam a quantidade de radiação à qual pacientes e equipe do corpo hospitalar são expostos durante o procedimento. Uma nova versão do PET/CT com resolução duas vezes superior e capacidade de reduzir pela metade a quantidade de material radioativo injetado na corrente sanguínea promete ser o grande avanço no diagnóstico e tratamento do câncer.

Com tecnologia digital, o Vereos PET/CT já comprovou capacidade de superar os resultados adquiridos até então com a alternativa analógica. "Ele tem duas vezes mais sensibilidade, sendo capaz de detectar uma lesão muito inicial e oferecer o diagnóstico ainda mais precocemente", antecipa Leonardo Packer, responsável na América Latina pela linha de Imagem Molecular e Cuidado Oncológico da Philips. 

Para melhorar o processo de quantificação da doença – saber se uma lesão está ou não diminuindo em função de um tratamento específico –a tecnologia Q.Freeze promete eliminar as interferências que a respiração pode provocar nos exames, criando uma única imagem estática. "No momento em que o médico tenta ver um nódulo ou uma lesão, o movimento de respiração forma uma espécie de borrão, fazendo com que se perca informações de volume e também de quantificação do tumor", explica o diretor geral da GE Latin America na área de tomografia computadorizada e imagem molecular, Marcos Del Corona.

Associada a esse lançamento, foi apresentado durante o RSNA o algoritmo Q.Clear, responsável pela redução de ruídos nas imagens. "Com ele, podemos ampliar a qualidade da imagem em duas vezes", acrescenta Del Corona. Integradas, as soluções foram introduzidas nos aparelhos mais novos e devem, futuramente, migrar para plataformas anteriores. 

LENTIDÃO Consenso entre as gigantes do setor, a dificuldade de liberação dos produtos para venda no mercado brasileiro é um dos principais entraves para reduzir a defasagem do parque tecnológico do Brasil em relação aos demais países. "O processo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem exigências e tempo próprios. Por isso nossa expectativa é de que o Vereos PET/CT chegue ao Brasil em meados do ano que vem", prevê Leonardo Packer. Segundo a Anvisa, o processo depende do tipo de aparelho. "A meta é de emitir o primeiro pronunciamento sobre o produto em até 90 dias", explica a agência reguladora em nota. 

Já há medidas em andamento para que esses prazos sejam reduzidos. "Recentemente, foi assinado um decreto presidencial que permite flexibilizar algumas exigências no registro do produtos para saúde. Uma dessas exigências é a de certificação da linha de produção", esclarece a agência. "Hoje é preciso exigir a certificação de todos os produtos, mas com o decreto isso poderá ser feito de forma mais racional. Com certificações mais rápidas, o registro também ganhará agilidade", garante a Anvisa.

A expectativa do mercado brasileiro atualmente é quanto a chegada do PET/RM, já em uso em outros países. "É semelhante ao PET/CT, porém substituindo a tomografia computadorizada que é acoplada ao PET pela ressonância magnética. Sua maior indicação seria na avaliação das neoplasias de colo de útero, ovário e endométrio, entre outras aplicações", afirma a médica nuclear do Departamento de Diagnóstico por Imagem do Laboratório Hermes Pardini, em Belo Horizonte, Ivana Moura Abuhid.

* A repórter viajou a convite da Philips

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