sábado, 15 de dezembro de 2012

Governo de São Paulo anuncia cessão de terreno para construção do Reator Multipropósito Brasileiro

O novo empreendimento, instalado em uma área de dois milhões de metros quadrados, em Iperó, interior paulista, garantirá a segurança no fornecimento de importantes insumos para exames diagnósticos em medicina nuclear e para a terapia de diversas doenças, entre elas o câncer

Nesta sexta-feira (14/12), o Governador de São Paulo Geraldo Alckmin assinou declaração de utilidade pública de um terreno em Iperó, município do interior paulista, que vai abrigar o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). Um dos principais projetos da área nuclear, o RMB faz parte de meta estratégica do Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI) e está alinhado com as políticas estabelecidas no Programa Nuclear Brasileiro (PNB). Na cerimônia em que anunciou o ato, estiveram presentes os prefeitos de Sorocaba e de Iperó, entre outras autoridades. O recém-nomeado superintendente do Ipen , José Carlos Bressiani, e o coordenador técnico do empreendimento, José Augusto Perrotta, participaram do evento, que também teve a participação do ex-superintendente do instituto Nilson Dias Vieira Junior, que por mais de quatro anos ocupou o posto e trabalhou junto com a coordenação do RMB pelo desenvolvimento do projeto.

Com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia do MCTI, é responsável pela implementação do RMB. Além de produzir radioisótopos utilizados na fabricação dos radiofármacos, fundamentais para diagnóstico e terapia de diversas doenças, o novo reator será muito importante para o teste de materiais. Permitirá ainda realizar pesquisas nas várias áreas de aplicação da tecnologia nuclear, como agricultura, conservação de alimentos, ciência de materiais, energia e meio ambiente, entre outras.

Anderson Andrade
Maquete mostra como seriam as instalações do RMB em Aramar, no município de Iperó, interior paulista

A área cedida pelo governo do Estado, de 800 mil metros quadrados, se soma a 1,2 milhão de metros quadrados cedidos pela Marinha, totalizando os dois milhões de metros quadrados que o RMB irá ocupar. Desse total, 600 mil metros quadrados são formados por área preservada.

Alckmin enfatizou o desenvolvimento que o projeto irá trazer para a região, gerando riqueza e renda. “O projeto total está orçado em R$ 1 bilhão, e representa um grande avanço para a área de saúde no país”, declarou o governador.

Perrotta destacou a importância para o setor nuclear em geral e para medicina nuclear em particular. De acordo com ele, o empreendimento trará benefícios para a região, promovendo a geração de empregos. “É um projeto nacional que vai beneficiar o país como um todo e para a região é um passo muito importante”, afirmou.

O RMB dará novo impulso à medicina nuclear no país. Muitos dos radiofármacos e radioisótopos são importados para serem processados e distribuídos aos centros médicos. Com a construção do novo reator, novos produtos podem ser desenvolvidos, os atualmente importados passam a ser produzidos no país, gerando importante economia de divisas, segurança no fornecimento dos radiofármacos e melhor qualidade de vida a milhões de brasileiros. O radiofármacos são utilizados atualmente em mais de três milhões de procedimentos médicos por ano, em diversas áreas, como cardiologia, oncologia, neurologia, entre outras.

O local escolhido para a construção do RMB está localizado em Iperó, junto ao complexo tecnológico Aramar, da Marinha do Brasil. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia de São Paulo Luiz Carlos Quadrelli, é muito importante para o Estado de São Paulo participar e ampliar a já consolidada atuação no desenvolvimento ciêntifico e tecnológico na área nuclear, que acontece por meio de pesquisas e fomento de projetos em parceria com institutos. “O Estado já abriga o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, Ipen, órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, que possui o reator de maior potência nacional, o primeiro a entrar em operação no país”, completa.

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