terça-feira, 29 de março de 2011

Pedido de audiência à Comissão de Seguridade Social e Família

Brasília

O médico e deputado Eleuses Paiva solicitou à Comissão de Seguridade Social e Família audiência pública para debater a inclusão do procedimento PET/CT em Oncologia na Tabela Unificada do SUS, propondo ainda que os participantes sejam o Dr. Celso Darío Ramos, presidente da SBBMN, o Dr. Cármino Antonio de Souza, presidente da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, o Dr. João Nunes de Matos Neto, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica - Capítulo Distrito Federal, Dr. Carlos Gil Ferreira, coordenador geral de Pesquisa Clínica do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e um representante do Ministério da Saúde. Em sua justificativa para a audiência, o deputado mostrou que não é mais possível praticar Oncologia Clínica com elevado padrão sem acesso ao PET/CT. Acrescentou que, no Brasil, entretanto, a utilização do método em benefício da população carente está atrasada.

Link original: http://www.sbbmn.org.br/v3/sbbmn.php?modulo=noticias&id_not=552

Paralisação do Atendimento aos Planos de Saúde

Nacional

A SBBMN apoia o Dia Nacional de Paralisação do Atendimento aos Planos de Saúde, 7 de abril de 2011. Mesma data de comemoração do Dia Mundial da Saúde. A mobilização foi definida pelas entidades médicas nacionais - Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina e Federação Nacional dos Médicos -, em plenária realizada em São Paulo, com a participação de inúmeras entidades, conselhos, sindicatos, associações e sociedades de especialidades.

Os 160 mil médicos brasileiros que atuam na saúde suplementar protestarão contra os reajustes irrisórios dos honorários, muito abaixo da inflação nos últimos dez anos. Também será denunciada a interferência dos planos de saúde na autonomia do médico e exigido das operadoras e da ANS a regularização dos contratos, que não têm cláusulas de periodicidade e critérios de reajustes, contrariando a regulamentação existente.

As entidades recomendam a suspensão, no dia 7 de abril, no consultório e em outros estabelecimentos, das consultas e procedimentos eletivos de pacientes conveniados a planos e seguros de saúde, com agendamento para data oportuna. Os atendimentos de urgência e emergência devem ser mantidos.

Link original: http://www.sbbmn.org.br/v3/sbbmn.php?modulo=noticias&id_not=551

Programa do Curso Hands On

São Paulo

O programa do 1º Curso Hands On de PET/CT da SBBMN está disponível no site www.sbbmn.org.br. É um programa extenso e abrangente, uma verdadeira imersão em PET/CT e programa Osirix que possibilita visualizar PET/CT e SPECT/CT de equipamentos de qualquer marca (formato Dicon). A SBBMN está aceitando reservas para a próxima edição do curso, em data a ser definida.

Link original: http://www.sbbmn.org.br/v3/sbbmn.php?modulo=noticias&id_not=550

SBBMN na JPR

São Paulo

Entre 28 de abril e 1º de maio de 2011, no Transamérica Expo Center, em São Paulo, será realizada a JPR’2011, que contará com uma programação específica de Medicina Nuclear, nas salas 5 e 6, coordenada pelos médicos nuclear Jairo Wagner, Carla Rachel Ono e Guilherme de Carvalho Campos Neto. No dia 30 de abril, sábado, às 16h35, será realizada assembleia geral para tratar de assuntos de interesse da Sociedade, dos sócios e da especialidade. Mais informações em http://www.spr.org.br/.

Link original: http://www.sbbmn.org.br/v3/sbbmn.php?modulo=noticias&id_not=548

Simpósio PET/CT em Oncologia e Simpósio SPECT/CT em Oncologia

São Paulo

No dia 26 e 27 de abril de 2011, no Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa (Rua Coronel Nicolau dos Santos, 69, Bela Vista), em São Paulo (SP), o Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa promove o VI Simpósio PET/CT em Oncologia e o III Simpósio SPECT/CT em Oncologia. Com coordenação dos médicos Allan Santos, Elba Etchebehere e Edwaldo Camargo, os simpósios são dirigidos a médicos nucleares, oncopediatras, radioterapeutas, oncologistas e neurologistas. Informações e inscrições no telefone (11) 3155-8800, no e-mail secretaria.iep@hsl.org.br e no site http://www.hospitalsiriolibanes.org.br/iep/curso_atualizacao_profissional_simposios/curso_atualizacao_profissional_simposios.asp.

Link original: http://www.sbbmn.org.br/v3/sbbmn.php?modulo=noticias&id_not=542

Congresso ALASBIMN 2011 no Brasil

Porto de Galinhas

Entre 28 de setembro a 1º de outubro de 2011, acontece a vigésima terceira edição do Congresso ALASBIMN, em Porto de Galinhas, Pernambuco, no Summerville Beach Resort. Estima-se que 800 profissionais ligados à Medicina Nuclear, como médicos nucleares, físicos, radiofarmacêuticos, químicos, biomédicos, tecnólogos, residentes e estagiários participem. Mais detalhes no site http://www.alasbimnbrasil2011.com.br/.

Link original: http://www.sbbmn.org.br/v3/sbbmn.php?modulo=noticias&id_not=541

CRMMG Carta aberta à população - Paralisação 7 de abril

Carta aberta à população


No próximo dia 7, quinta-feira, acontece o Dia Nacional de Paralisação do Atendimento à Saúde Suplementar.

A mobilização foi definida pelas três entidades médicas (AMB, CFM e Fenam).

Neste dia não haverá atendimento aos pacientes cobertos pela Saúde Suplementar no Brasil. Os atendimentos de urgência e emergência serão mantidos.

O objetivo da paralisação é alertar os responsáveis pelos Planos de Saúde e seus usuários quanto à necessidade de melhorar as condições de trabalho dos médicos e os reajustes periódicos de seus honorários.

Em Minas Gerais, a Associação Médica, o Conselho Regional de Medicina e o Sindicato dos Médicos apoiam integralmente o movimento.

Distribuição dos radiofármacos - atualizado em 28/03

O Ipen distribuiu, entre os dias 23 e 26 de março, 340 geradores de tecnécio, fabricados a partir de molibdênio importado do Canadá, África do Sul e Argentina. Os geradores foram calibrados para uso nos dias 26 e 28 de março.

O tecnécio-99m é empregado em 80% dos exames de diagnóstico em medicina nuclear e sua produção enfrenta uma crise internacional devido à diminuição do fornecimento de molibdênio, matéria-prima a partir da qual é fabricado o gerador de tecnécio.

A calibração do radiofármaco significa o melhor dia para uso do produto. A cada meia-vida a atividade do material radioativo decai pela metade.

Para exames do miocárdio, o tálio-201 é um possível substituto do tecnécio-99m. Este radiofármaco foi distribuído no dia 28 de março, segunda-feira.

A Gerência Comercial está à disposição para outros esclarecimentos.

Link original: http://www.ipen.br/sitio/?idm=177

domingo, 20 de março de 2011

Paralisação Nacional dos Médicos – 7 de abril. Leia e participe


Carta aos Médicos - Paralização do Atendimento aos Planos de Saúde - Dia 7 de abril

Carta Aberta à População - Médicos vão interromper o atendimento aos planos de saúde no dia 7 de abril

Leia sobre a Paralisação Nacional dos Médicos. Vamos, juntos, protestar contra os baixos honorários médicos e os abusos praticados pelos planos e seguros saúde.


Distribuição de radiofarmácos - atualizado em 18/03

Até o dia 19 de março, o Ipen terá distribuído 334 geradores de tecnécio, fabricados a partir de molibdênio importado do Canadá e da África do Sul. Os geradores têm distribuição nos dias 16 e 18 de março, calibrados para uso nos dias 19 e 21 de março, respectivamente.

Semanalmente o instituto divulga seu calendário de distribuição, como forma de melhor orientar médicos e pacientes e otimizar a marcação dos procedimentos que dependem do radiofármaco. O tecnécio-99m é empregado em 80% dos exames de diagnóstico em medicina nuclear e sua produção enfrenta uma crise internacional devido à diminuição do fornecimento de molibdênio, matéria-prima a partir da qual é fabricado o gerador de tecnécio.

A calibração do radiofármaco significa o melhor dia para uso do produto. A cada meia-vida a atividade do material radioativo decai pela metade.

Para exames do miocárdio, o tálio-201 é um possível substituto do tecnécio-99m. O próximo envio do tálio aos centros médicos ocorre no dia 21 de março, segunda-feira.

Gerência Comercial está à disposição para outros esclarecimentos.

Link original: http://www.ipen.br/sitio/?idm=177

quinta-feira, 17 de março de 2011

Avaliação Tubular Renal pela Cintilografia Renal Estática

Saiba o que acontece quando há derretimento num reator de uma usina nuclear

O reator nuclear usa o principio da reação em cadeia. A separação do átomo libera energia usada para esquentar a água, fazer vapor e mover turbinas e geradores de eletricidade. Em Fukushima, ele pode derreter porque não há refrigeração.

http://g1.globo.com/videos/jornal-da-globo/v/saiba-o-que-acontece-quando-ha-derretimento-num-reator-de-uma-usina-nuclear/1460054/#/Edições/20110314/page/1


Apenas 50 homens permanecem em usina para conter derretimento de reatores

Em Fukushima, 750 funcionários da usina da cidade foram retirados depois das explosões. Mas 50 permanecem. Além do risco de contaminação pela radiação, eles convivem com a possibilidade de novas explosões.


http://g1.globo.com/videos/jornal-da-globo/v/apenas-50-homens-permanecem-em-usina-para-conter-derretimento-de-reatores/1460926/#/Edições/20110315/page/1


Veja o que um acidente nuclear pode provocar no corpo humano

O acidente nuclear com o Césio 137 ainda está na memória dos brasileiros. O episódio, ocorrido em Goiânia, levou 60 pessoas à morte e provocou doenças e deformações em seis mil. Chernobil, na Ucrânia, também ficou na história. Hoje, o mundo vive o medo de um acidente na usina de Fukushima, no Japão.

terça-feira, 15 de março de 2011

SBBMN reúne cerca de 100 profissionais

Palestra e homenagem

Abrindo as atividades científicas de 2011, no dia 14 de março, em São Paulo (SP), a SBBMN reuniu cerca de 100 profissionais da área para assistir a palestra “Aplicações do PET/CT na Neurologia”, patrocinada pela GE. No destaque da foto: Dr. George Coura Filho, coordenador científico do encontro, Dra. Carla Raquel Ono, palestrante, Dra. Irene Endo, segunda secretária da SBBMN, e Dr. Celso Darío Ramos, presidente da Sociedade.

Homenagem

Dra Carla Ono

Encerrando a noite, a palestrante, a médica nuclear Carla Rachel Ono, foi homenageada pela diretoria por sua dedicação e contribuição à Sociedade Brasileira de Biologia Medicina Nuclear e Imagem Molecular, nos últimos quatro anos.

VI Simpósio de PET/CT em Oncologia III Simpósio de SPECT/CT em Oncologia

Novas explosões aumentam risco de uma catástrofe nuclear no Japão



Especialistas explicam de que forma a radiação afeta o ser humano
http://g1.globo.com/videos/bom-dia-brasil/v/especialistas-explicam-de-que-forma-a-radiacao-afeta-o-ser-humano/1460152/#/Edições/20110315/page/1

Tragédia no Japão evoca Chernobyl, pior acidente nuclear da história
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/03/tragedia-no-japao-evoca-chernobyl-pior-acidente-nuclear-da-historia.html

Japoneses tentam manter a calma diante da possibilidade da chegada de radiação a Tóquio
http://g1.globo.com/videos/bom-dia-brasil/v/japoneses-tentam-manter-a-calma-diante-da-possibilidade-da-chegada-de-radiacao-a-toquio/1460198/#/Edições/20110315/page/1

Radiação atinge Tóquio e outras cidades do Japão

terça, 15 de março de 2011 • 16:47

Os níveis de radiação aumentaram nesta terça-feira em Tóquio e em outras cidades do Japão após explosões e um incêndio serem registrados no complexo nuclear Fukushima Daiichi, seriamente danificado pelo terremoto de magnitude 9,0 --seguido de tsunami-- que atingiu a costa nordeste do país na última sexta-feira (11). A população prepara-se para ficar em casa fazendo estoque de água engarrafada, mantimentos e máscaras de proteção.

Também nesta terça, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou que a câmara de contenção primária do reator nuclear 2 do complexo pode estar danificada.

O governo japonês avisou que a crise da usina nuclear provocou escape de radiação que poderia afetar a saúde e recomendou aos moradores que vivem num raio de até 30 quilômetros de distância que fiquem em suas casas, desliguem os sistemas de ventilação e fechem as janelas.

A radiação em torno da usina aumenta desde sábado, quando uma falha no sistema de refrigeração forçou a liberação de vapor radioativo de forma controlada, mas os crescentes problemas nos reatores criam incertezas.

Na província de Ibaraki, ao lado de Fukushima, em um determinado momento a radiação era de 5 microsievert (msv) por hora, 100 vezes mais que o habitual. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), uma pessoa fica em média exposta à radiação de aproximadamente 2,4 msv por ano devido a fontes naturais.

A capital Tóquio, que fica a 240 km de Fukushima, registrou uma pequena elevação nos níveis de radiação. O aumento, contudo, não é suficiente para ameaçar os 39 milhões de moradores da capital e seus arredores.

"A quantidade é extremamente pequena, e não levanta preocupações com a saúde. Isso não vai nos afetar", diz Takayuki Fujiki, funcionário do governo de Tóquio.

A Kyodo diz que o nível de radiação elevou-se a nove vezes acima do normal em Kanagawa, perto de Tóquio, mas os níveis já haviam caído na noite desta terça-feira (manhã em Brasília).

Mais perto do complexo nuclear, as ruas da cidade costeira de Soma estavam vazias, enquanto alguns moradores permanecem trancados em suas casas.


Operadora nuclear do Japão retira 750 trabalhadores de usina

15 de março de 2011 08h07 atualizado às 09h24

A japonesa Tokyo Electric Power disse que retirou 750 trabalhadoras de sua usina nuclear de Daiichi nesta terça-feira, deixando 50 no local para lidar com problemas nos reatores após o forte terremoto que atingiu o Japão.

Link original: http://noticias.terra.com.br/mundo/asia/terremotonojapao/noticias/0,,OI4993277-EI17716,00-Operadora+nuclear+do+Japao+retira+trabalhadores+de+usina.html

Crise nuclear se agrava no Japão após nova explosão em Fukushima

De Hirochi Hiyama (AFP) – Há 10 horas

SENDAI, Japão — A crise nuclear no Japão agravou-se ainda mais nesta terça-feira com a explosão de mais um reator e um novo incêndio na central de Fukushima 1, elevando perigosamente os níveis de radioatividade no arquipélago, devastado na última sexta-feira por um terremoto seguido de tsunami.

O medo aumentou ainda mais no arquipélago com um novo tremor secundário de 6 graus de magnitude, que estremeceu os edifícios de Tóquio.

O temor de um desastre nuclear, que representaria um golpe letal à terceira economia mundial, provocou pânico nos mercados: a Bolsa de Tóquio chegou a registrar queda de 14% durante a sessão, mas fechou em baixa de 10,55%.

Os japoneses começaram a estocar alimentos e água, esvaziando as prateleiras dos supermercados, apesar das advertências de que as compras podem comprometer o abastecimento das áreas devastadas pelos desastres.

"O nível de radiação nas imediações de Fukushima 1 aumentou de forma considerável", declarou o primeiro-ministro Naoto Kan.

O porta-voz do governo, Yukio Edano, informou que os níveis de radioatividade alcançados "podem afetar a saúde dos seres humanos".

As autoridades indicaram que também dectaram radioatividade na área de Tóquio (250 km ao sudoeste da central), mas em níveis que não representam perigo para a saúde.

Os habitantes da capital, a maior megalópole do planeta (35 milhões de habitantes), correram para as lojas para comprar máscaras e material para enfrentar qualquer emergência.

Kan ampliou para 30 km o raio de exclusão ao redor da central de Fukushima 1. No sábado a área era de 20 km, o que provocou a retirada de 200.000 pessoas da região.

Kan pediu à população que tenha calma, apesar da gravidade da situação.

Na cidade de Fukushima, 80 km ao noroeste da central, "há muitas crianças doentes, mas as farmácias estão fechadas.

"Todos querem ir embora, mas não há gasolina para os veículos", contou por telefone Kaoru Hashimoto, uma dona de casa de 36 anos.

Pouco depois das 6H00 (20H00 de Brasília), houve uma grande explosão no reator 2, declarou um porta-voz da Tokyo Electric Power (Tepco), empresa que opera a central de Fukushima.

Outra explosão de hidrogênio foi provocada pouco depois de um incêndio no reator 4, que estava desligado para manutenção quando ocorreu o terremoto. O chanceler japonês, Takeaki Matsumoto, afirmou em Paris, onde participou em uma reunião do G8, que o nível de radioatividade provocado por este incêndio "pode afetar a saúde da população.

No sábado e na segunda-feira foram registradas explosões nos reatores 1 e 3.

Quatro dos seis reatores de Fukushima 1 estão avariados e as temperaturas continuam aumentando nos dois restantes.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) informou que os ventos estavam afastando para o mar a ameaça de radioatividade, sem que isto tenha implicações para os outros países.

A Autoridad Francesa de Segurança Nuclear classificou o acidente como nível seis (em uma escala que vai até sete), o que faz deste o segundo mais grave da história do setor nuclear civil, superado apenas pela tragédia de Chernobyl (Ucrânia, então URSS) em 1986.

O desastre levou Alemanha e Rússia a ordenar uma análise imediata da situação e das perspectivas da energia nuclear. A chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou o fechamento imediato por três meses dos sete reatores que estavam em serviço antes de 1981.

As autoridades nipônicas enfrentam ainda uma crise humanitária provocada pelo terremoto e o tsunami.

O balanço mais recente dos desastres naturais é de 3.373 mortos, mas fontes oficiais afirmam que o número supera 10.000.

O Japão é o único país que sofreu ataques nucleares - duas bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos em 1945, ao fim da Segunda Guerra Mundial -, que mataram 200.000 pessoas, e seus habitantes conhecem os riscos da radiação.

As explosões nas centrais foram provocadas pelas intervenções de emergência para reparar os sistemas de resfriamento danificados pela onda gigante que aconteceu depois do terremoto de 9 graus, o maior da história do Japão.

A central de Fukushima 1, construída nos anos 70, foi totalmente desligada, e a Tepco está desviando água do mar para resfriar os reatores, em um procedimento que provoca radiação.

Em Viena, o diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yuyika Amano, disse ser muito improvável que a situação degenere em um novo Chernobyl.

O Japão pediu, no entanto, ajuda à AIEA e aos Estados Unidos para enfrentar a emergência. A Comissão Europeia pediu uma reunião extraordinária da agência na próxima semana.

Pelo menos 500.000 pessoas já foram retiradas da região e muitas precisaram ser abrigadas em centros de emergência depois de terem perdido tudo na passagem do tsunami, cujas ondas chegaram a 10 metros de altura, varrendo o litoral nordeste da principal ilha do país.

Em Sendai, uma cidade arrasada, a destruição foi total. No aeroporto local, destroços de pequenos aviões são vistos na lama entre pedaços de casas de praia arrastadas.

Pelo menos 100.000 soldados, com o apoio de vários socorristas estrangeiros, tentavam garantir o fornecimento de água potável e alimentos, além de restabelecer a infraestrutura viária e as telecomunicações, ao mesmo tempo em que buscam eventuais sobrevivente.

O impacto econômico do desastre é sentido em todo o mundo, com fortes baixas nas Bolsas.

A cotação do petróleo também registrava queda, em consequência da previsão de uma demanda menor por parte do Japão, terceiro consumidor mundial de combustível.

Link original: http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5jCiAcSgdA-LmSJzxywwz-QfZwKUQ?docId=CNG.416aa1eabd131521e5d19672a047ff83.151

Combustível usado pega fogo e libera radioatividade no Japão

15 de março de 2011 9h 17

O Japão disse à agência nuclear da ONU que uma piscina de armazenamento de combustível usado estava pegando fogo em um dos reatores danificados pelo terremoto, e radioatividae estava sendo emitida "diretamente" à atmosfera, alertou a agência sediada em Viena.

Segundo informações enviadas pelas autoridades japonesas e divulgadas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA), índices de até 400 milisieverts por hora foram registrados no local da usina nuclear de Fukushima.

"As autoridades japonesas estão dizendo que existe a possibilidade de que o incêndio tenha sido provocado por uma explosão de hidrogênio", disse o comunicado.

(Reportagem de Fredrik Dahl)

Link original: http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,combustivel-usado-pega-fogo-e-libera-radioatividade-no-japao,692204,0.htm

Dilma acompanha Japão atenta à questão nuclear, diz ministro

BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff está preocupada com os efeitos da crise nuclear japonesa na política brasileira para o setor, informou nesta terça-feira o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

"A presidente está extremamente preocupada com os efeitos, inclusive aqui, sobre a nossa política, toda essa questão da energia atômica, a energia nuclear", disse Carvalho a jornalistas, após participar, com Dilma, do lançamento do Fórum Direitos e Cidadania, no Palácio do Planalto.

O terremoto seguido de um tsunami que atingiu o Japão na semana passada tem causado vazamento de radioatividade na usina nuclear de Fukushima.

O Brasil possui duas usinas nucleares em atividade, em Angra dos Reis (RJ). Uma terceira central está em construção na mesma localidade e o governo tem planos de ampliar o parque atômico. A expectativa é de que nos próximos anos pelo menos duas novas nucleares sejam construídas no Nordeste.

Na segunda-feira, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o risco nuclear no Japão não levaria o Brasil a rever seus planos no setor.

Carvalho ressaltou que é preciso acompanhar a extensão do problema no Japão antes de se definir as conseqüências.

"Ainda estamos observando. Não se sabe a extensão da questão japonesa. Só depois de ter uma análise mais profunda é que se pode pensar nas influências que o evento japonês terá na nossa política nuclear", disse Carvalho.

A tragédia japonesa levou a Alemanha, a Suíça e outros países da União Europeia a reavaliarem projetos de usinas nucleares.

(Reportagem de Leonardo Goy)

Link original: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/03/15/dilma-acompanha-japao-atenta-questao-nuclear-diz-ministro-924014049.asp

Ministro descarta risco de acidente nuclear no Brasil

publicado em 15/03/2011 às 19h09

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, buscou demonstrar nesta terça-feira (15) que o Brasil não corre os mesmos riscos que o Japão em relação a suas usinas nucleares.

Desde a última sexta-feira (11), quando foi atingido por um forte terremoto e um tsunami, o país asiático convive com a ameaça de um desastre nuclear devido a problemas nos reatores da usina de Fukushima, que fica a 240 km de Tóquio.

Além de destacar que no Brasil não ocorrem terremotos, já que o país está no centro de uma placa tectônica, Mercadante disse que as usinas de Angra dos Reis (RJ) têm uma estrutura mais reforçada.

Na usina japonesa, quatro reatores explodiram desde a semana passada, causando o temor de que o vazamento radiativo afete a saúde da população.

- O Brasil nunca viveu terremotos na escala que no Japão é recorrente, e nunca tivemos tsunamis ou maremotos. Nós não podemos fazer associação com cenário semelhante ao que aconteceu no Japão.

O ministro lembrou que na região de Angra ocorrem inundações e desmoronamentos, mas reiterou que as usinas estão “blindadas” contra esses desastres. Segundo ele, as usinas estão 2,5 m acima da maior projeção de inundação para o local.

Junto com técnicos da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), responsável pela segurança das usinas brasileiras, Mercadante disse que novas regras devem ser adotadas após o ocorrido no Japão.

Ele afirmou que o governo seguirá todas as medidas para que o sistema continue seguro, mesmo com exigências internacionais mais rigorosas.

- Essa lição que sai daí será absolutamente indispensável a um padrão de concessão do funcionamento das usinas instaladas e que eventualmente virem a ser instaladas.

Nos próximos dias, o CNEN deve disponibilizar, na internet, relatórios diários sobre a situação da emissão de material nuclear no Japão.

Novas usinas

Em entrevista à imprensa, Mercadante seguiu o script já ensaiado pelo governo de não voltar atrás nos planos do Brasil de construir novas usinas de energia atômica nas próximas décadas. Está prevista a construção de quatro unidades, no Nordeste e no Sudeste.

Hoje, existem duas em funcionamento e uma em construção em Angra dos Reis (RJ). O ministro destacou a importância da energia nuclear no mundo e no Brasil como uma fonte limpa e alternativa às emissões de gás carbônico (CO2), que poluem a atmosfera.

Mercadante falou também sobre o acordo firmado por Brasil e Argentina para construir um reator nuclear que será usado para várias finalidades, inclusive na área médica. A parceria foi tema da visita que a presidente Dilma Rousseff fez ao país vizinho no fim de janeiro.

- Estamos construindo um pequeno reator para produzir material radioativo para medicina. Para o Brasil ter autonomia, soberania na produção de medicamentos para a saúde da população e para baixar o custo desses insumos, nós vamos construir esse reator de radioisótopos. É um reator relativamente barato, pequeno, ele não produz energia nuclear e só produz insumos para medicina.

O ministro recordou que Brasil e Argentina compartilham informações sobre a área nuclear há 20 anos e explicou que a nova unidade não oferecerá qualquer risco ao país.

- É um reator pequeno, que nunca, jamais teve qualquer tipo de incidente em qualquer parte do mundo. É um reator que nós devemos manter. Os grandes reatores de energia, é aí que nós temos que discutir medidas mais rigorosas de segurança.

Mercadante ressaltou que o material radioativo é essencial para a realização de exames como tomografia e tratamentos de radioterapia.
 
Link original: http://noticias.r7.com/brasil/noticias/ministro-descarta-risco-de-acidente-nuclear-no-brasil-20110315.html

AIEA diz que incêndio no reator 4 de Fukushima foi controlado

15 de março de 2011 06h39 atualizado às 07h27
Imagem da TV NHK mostra o reator 2 da usina nuclear de Fukushima Daiichi, onde uma explosão foi ouvida nesta terça-feira

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou nesta terça-feira em Viena que o incêndio no reator 4 da usina nuclear japonesa de Fukushima Diichi foi controlado às 23h de segunda (horário de Brasília), de acordo com a informação divulgada pelas autoridades japonesas.

Poucas horas antes, a agência nuclear da ONU havia informado que as chamas no depósito de armazenamento de combustível usado do reator 4, seriamente danificado pelo terremoto e posterior tsunami da última sexta-feira, estava liberando radioatividade "diretamente à atmosfera".

A AIEA assegura que a dose de radiação na zona - uma magnitude que serve para medir seu efeito em seres vivos - é de 400 milisievert por hora. "As autoridades japonesas dizem que há a possibilidade de o fogo ter sido causado por uma explosão de hidrogênio", assinalou a AIEA.

Link original: http://noticias.terra.com.br/mundo/asia/terremotonojapao/noticias/0,,OI4993028-EI17716,00-AIEA+diz+que+incendio+no+reator+de+Fukushima+foi+controlado.html

Japão tenta evitar "novo Chernobyl" após terremoto

O maior temor é de um grande vazamento de radiação do complexo em Fukushima, localizado a 240 km ao norte de Tóquio, onde os engenheiros têm lutado desde o fim de semana para evitar o colapso de três reatores. Os engenheiros trabalham desesperadamente para resfriar as barras de combustível nuclear na usina. Se não conseguirem, os recipientes que abrigam o núcleo poderão derreter, ou até mesmo explodir, liberando material radioativo na atmosfera.


Todos os horários são locais

Sexta

19:46 Governo japonês revela que há um problema de resfriamento na usina nuclear TEPCO's Fukushima Daiichi, na costa nordeste, que suportou o impacto do terremoto e do tsunami.

21:55 Governo diz que radiação vazou de um dos reatores da usina

Sábado

10:07 TEPCO começa a liberar pressão no reator número 1.

17:47 Explosão e vazamento de radiação no reator 1 são confirmados pelo governo. Mais tarde foi revelado que uma parte da estrutura de concreto desabou, mas o recipiente reator ainda estava intacto.

20:43 TEPCO planejou encher o reator que registrou vazamento com água do mar e ácido bórico para resfriá-lo e reduzir a pressão na unidade

Domingo

Aproximadamente 110 mil pessoas evacuaram um raio de 20 km nos arredores do complexo

23:37 Água do mar foi injetada nas unidades dos reatores 1 e 3, para resfriar e reduzir a pressão dentro do reactor através de contêiners de navios. TEPCO também se preparou para introduzir a água no número 2.

Segunda

11:11 Imagens da imprensa local mostram fumaça oriunda do reator número 3 se elevando. Posteriormente, governo confirma uma explosão de hidrogênio.

14:40 Imprensa local relata que sistema de resfriamento no reator 2 teve falha.

Director AIEA compara acidente nuclear no Japão a Chernobil

terça-feira, 15 de Março de 2011 11:54

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Yukiya Amano, comparou os acidentes nucleares ocorridos no Japão nos últimos dias, em consequência da série de terramotos e do tsunami, ao cenário de Tchernobil.

Em Abril de 1986, na Ucrânia, ocorreu o acidente nuclear de Tchernobil, quando um reactor da central explodiu e libertou uma nuvem radioactiva contaminando pessoas, animais e o ambiente.

«É muito improvável que este acidente se mova em direcção a uma situação comparável ao que ocorreu em Tchernobil. Mas esta crise não foi causada por erro humano ou falha técnica», disse o director-geral, segundo a Rádio França Internacional (RFI), pública.

Para Amano, o total de vítimas no Japão pode ultrapassar 10 mil mortos.

A informação contraria o que afirmam as autoridades japonesas. O governo do Japão nega quaisquer semelhanças entre o que se regista no país e o que aconteceu em Chernobil.

Link original: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=499584

Programa nuclear não será alterado, diz Lobão

15/3/2011

As usinas nucleares de Angra dos Reis (RJ) teriam sido construídas com "a melhor tecnologia existente"

Brasília. Apesar das tragédias envolvendo usinas nucleares no Japão, precipitadas por conta do terremoto e do tsunami que atingiram o país em 11 de março, o Brasil vai manter sem alterações o seu programa nuclear, afirmou ontem o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

"Não. Nós temos nenhuma necessidade, penso eu, de revisão, a não ser aprender com o que aconteceu lá, alguns procedimentos que possam ser aprendidos para serem utilizados no futuro. As dificuldades que as usinas lá tiveram as nossas não terão, pois têm uma proteção maior", afirmou Lobão.

Segundo o ministro, quando foram construídas as usinas nucleares em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, já houve uma grande preocupação com a atividade das marés. "Quando foram construídas as usinas em Angra, houve uma avaliação do comportamento das marés sobre o que podia acontecer num período de mil anos. Ergueu-se uma barreira no mar, um anteparo, para essa possibilidade", afirmou Lobão.

"Portanto, não temos razão e motivação nenhuma para preocupação maior. Vamos prosseguir com nosso programa. As nossas usinas foram construídas dentro da melhor tecnologia existente, ainda é muito boa. Os próprios técnicos dizem que as usinas japonesas estavam sujeitas a algumas vulnerabilidades que as nossas não estão. Não temos nenhuma razão para duvidar da excelência das usinas nucleares", afirmou.

Lobão disse ainda que acidentes são possíveis, relembrando os ocorridos em Chernobyl, na Ucrânia (abril de 1986), e Three Mile Island, nos Estados Unidos (março de 1979). "Acidentes existem em todos os setores da vida", minimizou Lobão. "O que aconteceu no Japão também foi uma tragédia", disse.

A avaliação não é a mesma entre outros apoiadores do governo. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse ontem considerar que o País deve refletir sobre essas usinas como fornecedoras de energia.

O Japão pediu formalmente ontem aos EUA ajuda para resfriar reatores nucleares do complexo de Fukushima Daiichi. O terremoto causou danos ao sistema de refrigeração de três dos seis reatores de Fukushima.

Link original: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=947811

Brasil não tem plano, mas usinas são novas

15/03/2011 às 10h59min

O Brasil não tem um plano de contingência para esvaziar a cidade de Angra dos Reis caso problema semelhante ao da usina japonesa de Fukushima 1 ocorra.

Em compensação, os reatores nucleares do país são de um tipo mais moderno do que os da usina avariada --e têm menor chance de falha.

O plano de emergência de Angra estabelece retirada da população -12 mil pessoas no total- num raio de 5 km das usinas, o mínimo exigido pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Segundo Odair Dias Gonçalves, presidente da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), uma remoção em 20 km, como a feita no Japão, "começa a pegar a cidade de Angra e é mais complicada". Ele disse que o governo "vai pensar" em revisar o plano de emergência "de acordo com os dados que recebermos [sobre o Japão]".

Apesar da deficiência na remoção, as usinas no Brasil têm elementos de segurança que Fukushima 1 não tem.

O primeiro é geológico. "O Brasil está no meio de uma placa tectônica que se afasta de outra, o Japão está na borda de duas placas em colisão", afirmou Leonam Guimarães, da Eletronuclear.

O segundo é técnico. Tanto Angra 1 quanto Angra 2 e 3 são reatores de água pressurizada (chamados PWR, em inglês). Já os de Fukushima 1 são de água fervente (BWR).

"Reatores PWR têm mais barreiras contra liberação de radioatividade", diz Aquilino Senra, professor de engenharia nuclear da Coppe-UFRJ.

O físico nuclear José Goldemberg, da USP, diz que o problema dos reatores nucleares de ambos os tipos é depender de um fator fundamental: se a água para de circular, as barras de combustível derretem. "Basta um defeito numa válvula. Dizer que Angra é seguro porque não tem tsunami é bobagem."

Link original: http://www.jornalfloripa.com.br/Mundo/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=3953

Brasil, Argentina e México descartam risco nuclear

BRASÍLIA — Brasil, Argentina e México, os países onde operam as seis usinas nucleares existentes na América Latina, tentavam nesta segunda-feira tranquilizar seus cidadãos ante à situação crítica nuclear do Japão após o terremoto de sexta-feira.

A emergência nuclear na central de Fukushima, com três explosões em reatores que enfrentam dificuldades de resfriamento, apenas 250 km a nordeste de Tóquio, a maior megalópole do mundo, com 35 milhões de habitantes, gerou uma onda de medo que deu a volta ao mundo.

Para Leonan dos Santos, assistente da Presidência da Eletronuclear, empresa brasileira responsável pela gestão das usinas nucleares de Angra I e II é muito improvável que esses reatores sofram problemas similares aos de Fukushima, porque utilizam uma tecnologia muito diferente.

No caso de Fukushima, houve uma falha no sistema que bombeia água para esfriar o reator, disse, e isso não seria necessário nas usinas de Angra mesmo em uma emergência. Além disso, destacou que as usinas brasileiras foram projetadas para suportar terremotos de até 7 graus nas escala de Richter.

Mauricio Ehrlich, geotécnico da Universidade de Rio de Janeiro, lembrou à imprensa que "as chances de haver um terremoto significativo são muito pequenas" na região de Angra dos Reis, 150 km a sudeste do Rio de Janeiro e a 397 km de São Paulo, as duas maiores cidades brasileiras.

A Eletronuclear emitiu uma nota oficial indicando que são virtualmente inexistentes as possibilidades de o litoral, onde estão localizadas as usinas, seja arrasado por um tsunami proveniente do Oceano Atlântico.

"A região sudeste do litoral brasileiro, onde estão as usinas de Angra, está no centro da placa tectônica Sul-Americana, distante da placa Africana. Por isso, não existem as condições necessárias para que tsunamis sejam geradas" nessa área, afirmou uma porta-voz da Eletronuclear à AFP.

No entanto, alertas foram lançados por autoridades políticas. O presidente do Senado de Brasil, José Sarney, sugeriu nesta segunda-feira que será preciso reavaliar o papel das usinas nucleares na matriz energética de cada país.

Com relação às usinas de Angra, a preocupação de especialistas não se concentra tanto nos reatores em si, e sim nas dificuldades de evacuar cidades próximas em uma emergência, já que apenas uma estrada existe na região e está sempre exposta a deslizamentos de terra.

O Brasil iniciou em 2010 a construção de uma terceira usina, Angra III.

Na Argentina, o gerente de Controle de reatores da Autoridade Regulatória Nuclear, Rubén Navarro, disse à AFP que as usinas de Atucha e Embalse têm "diferenças fundamentais" em relação às do Japão, tanto em sua tecnologia como em sua localização.

Distantes do mar e da zona de junção de placas tectônicas, as usinas de Atucha 1 e Embalse (e em breve Atucha 2) não correm o risco de serem afetadas por terremotos ou tsunamis, e possuem um desenho diferente dos modelos construídos no Japão.

"As usinas argentinas têm um circuito de refrigeração entre o núcleo e o setor externo. As japonesas não têm", disse Navarro, para quem a situação no Japão não deverá motivar medidas extraordinárias nas usinas argentinas.

Já Epifanio Ruiz, especialista em Ciências Nucleares da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), afirmou que a central nuclear de Laguna Verde (composta por duas usinas similares) "conta com os sistemas de segurança necessários para uma nucleoelétrica, que são avaliados a cada ano" conforme os acordos com a AIEA.

A central de Laguna Verde está localizada no Golfo do México, a 490 km da Cidade do México, cidade mais populosa da América Latina, com 23 milhões de habitantes e a 70 km da cidade de Veracruz.

"Não há falhas geológicas nas proximidades de Laguna Verde, o que torna improvável a ocorrência de um maremoto. No caso de furacões, os reatores são desligados gradualmente", explicou Ruiz à AFP, acrescentando que o alerta no Japão serve para melhorar as medidas de segurança.

As usinas de Laguna Verde são alvos de críticas por terem sido instaladas em uma região exposta à ação de furacões. No ano passado, o furacão Karl tocou a terra a apenas sete quilômetros das usinas e causou a desativação dos reatores.

Link original: http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5hoGtUjqiDDKPY58XbpjT01p5MV5g?docId=CNG.601b2372dc1c44bd2b5480e55fd6e7b4.681

Conheça os riscos para a saúde de um desastre nuclear

15 de março de 2011 07h57 atualizado às 08h54

Após uma terceira explosão em um de seus reatores nucleares, a usina da Fukushima Daiichi, no Japão, começou a deixar escapar radiação em níveis que se aproximam do preocupante, alertaram nesta terça-feira as autoridades japonesas.

Leia a seguir sobre a seriedade do incidente nuclear e o risco destes vazamentos para a saúde no Japão e nos países vizinhos.

Qual é a escala do vazamento de material radioativo?

O governo japonês afirmou que os níveis de radiação após as explosões na usina de Fukushima podem afetar a saúde humana. Foram detectados níveis de radiação mais altos ao sul da instalação. Moradores que vivem em um raio de 30 km da usina foram aconselhados a deixar suas residências ou permanecer em casa a portas fechadas para evitar exposição. Em Tóquio, os níveis estariam acima do normal, mas sem apresentar riscos à saúde. Na segunda-feira, as autoridades em Fukushima haviam informado que 190 pessoas foram expostas a radiação e um navio militar americano, o porta-aviões USS Ronald Reagan, havia detectado baixos níveis de radiação a uma distância de 160 km da usina de Fukushima.

O vazamento pode se espalhar para os países vizinhos?

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) descreveu o vazamento como um evento de nível quatro em uma escala internacional, o que significa um incidente "com consequências locais". Na Rússia, por exemplo, não foram detectados níveis anormais de radiação e por ora o problema não representa um problema para outras partes do mundo.

Que tipo de material radioativo escapou?

As informações são de que houve vazamento de isótopos de césio e iodo nas redondezas da usina. Especialistas dizem que seria natural haver também um escape de isótopos de nitrogênio e argônio. Mas não há evidências de que tenham escapado plutônio ou urânio.

Qual é o risco destas substâncias radioativas para a saúde?

Em um primeiro momento, a exposição a níveis moderados de radiação pode resultar em náusea, vômito, diarreia, dor de cabeça e febre. Em altos níveis, essa exposição pode incluir também danos possivelmente fatais aos órgãos internos do corpo. No longo prazo, o maior risco do iodo radioativo é o câncer, e as crianças são potencialmente mais vulneráveis. A explicação para isso é que, nas crianças, as células estão se multiplicando e reproduzindo mais rapidamente os efeitos da radiação. O desastre de Chernobyl, em 1986, resultou em um aumento de casos de câncer de tireóide (região em que o iodo radioativo absorvido pelo corpo tende a se concentrar) na população infantil da vizinhança da usina.

Há prevenção e tratamento?

Sim, é possível prevenir o problema com pastilhas de iodo não-radioativo, porque o corpo não absorve iodo da atmosfera se já estiver "satisfeito" com todo o iodo de que necessita. Especialistas dizem que a dieta dos japoneses já é rica em iodo, o que ajuda na prevenção. Césio, urânio e plutônio radioativos são prejudiciais, mas não atacam nenhum órgão do corpo em particular. O nitrogênio radioativo se dissipa em segundos após a sua liberação, e o argônio não apresenta riscos para a saúde.

Como se deu o vazamento do material radioativo?

A usina de Fukushima teve problemas com o sistema de resfriamento de seus reatores, que superaqueceram. A produção de vapor gerou um acúmulo de pressão dentro do reator e a consequente liberação de pequenas quantidades de vapor. Para especialistas, a presença de vapores de césio e iodo - que resultam do processo de fissão nuclear - sugere que o invólucro de metal que guarda alguns dos bastões de combustível pode ter se quebrado ou fundido. Mas o combustível de urânio em si tem um altíssimo ponto de fusão e é improvável que tenha se liquefeito, e ainda mais improvável que tenha se convertido em vapor.

De que outras formas pode haver vazamento?

Como plano de contingência, os técnicos estão usando água do mar para resfriar os reatores. Na passagem pelo reator, esta água é contaminada. Ainda não está claro se o líquido ou parte dele foi liberado na natureza.

Quanto tempo vai durar a contaminação?

O iodo radioativo se dissipa rapidamente e a estimativa é de que a maior parte terá se dissipado em um mês. O césio radioativo não permanece no corpo por muito tempo - a maior parte terá saído em um ano. Entretanto, a substância fica no ambiente e pode continuar a representar um risco por muitos anos.

Pode haver um desastre nos moldes de Chernobyl?

Especialistas dizem que essa possibilidade é improvável. As explosões ocorreram do lado de fora do compartimento de aço e concreto que envolve os reatores, que aparentemente permanecem sólidos. Foram danificados apenas o teto e os muros erigidos ao redor dos compartimentos de proteção. No caso de Chernobyl, a explosão expôs o núcleo do reator ao ar. Por vários dias, seguiu-se um incêndio que lançou na atmosfera nuvens de fumaça carregadas de conteúdo radioativo.

Pode haver uma explosão nuclear?

Não. Uma bomba nuclear e um reator nuclear são coisas diferentes.

Mercadante: incidente nuclear no Japão será lição para Brasil

15 de março de 2011 • 19h07 • atualizado às 19h18

O ministro de Minas e Energia, Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira que o incidente nuclear ocorrido no Japão a partir de um terremoto e de um tsunami servirá de "lição" para medidas de segurança para as usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2, no Brasil, e para estruturas semelhantes ao redor do mundo. O ministro classificou ainda como "indevida" qualquer comparação entre a situação em território japonês e eventuais riscos nucleares no Brasil. Por enquanto, o programa nuclear brasileiro não sofrerá alterações.

"Não há nenhum episódio que mereça qualquer aproximação do Brasil com o Japão. Os incidentes e acidentes no passado exigiram protocolos cada vez mais rigorosos e serão incorporados não apenas para eventuais concessões, mas para utilização de usinas já em funcionamento", declarou o ministro.

"Não haverá atropelo nessa matéria. O Brasil, o governo não tomará nenhuma atitude que não tenha a segurança como preliminar. Todas as lições e erros e as medidas que forem eficientes ajudarão o Brasil", ressaltou.

"Essa lição que sai daí (do Japão) é absolutamente indispensável ao padrão de funcionamento das usinas instaladas e das usinas que vierem a ser instaladas. Estaremos integralmente associados a esses protocolos", completou Mercadante, que evitou afirmar o potencial de pressão que teria a opinião pública para uma eventual paralisação das atividades nucleares no Brasil.

"Diferente de outras economias, o Brasil é um país democrático, tem separação de poderes, e isso é uma qualidade muito importante. O que é indevido é associar o cenário do Japão a um eventual episódio brasileiro", disse.

Precipitação

O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Odair Dias Gonçalves, por sua vez, observou que atitudes como a da Alemanha, que decidiu suspender o funcionamento de sete reatores nucleares, são "precipitadas", uma vez que ainda não há um cenário claro sobre a extensão dos danos de caráter nuclear no Japão. Por ora, o episódio japonês é considerado de grau 4 - em uma escala que vai até 10 - e, por isso, não é considerado um acidente, e sim incidente. Até o momento não se prevê a possibilidade de dano grave para ambientes ou contaminação de pessoas.

"É prematuro dizer que vamos ter que aumentar as medidas de segurança. Se por alguma razão se verificar que existe um acidente absurdo, uma falha que não foi incorporada, (serão tomadas as providências). Essas decisões como da Alemanha, da França, são precipitadas porque não se sabe o que aconteceu. Espera-se que o acidente seja controlado sem nenhum vazamento", explicou.

Link original: http://noticias.terra.com.br/mundo/asia/terremotonojapao/noticias/0,,OI4994696-EI17716,00-Mercadante+incidente+nuclear+no+Japao+sera+licao+para+Brasil.html

Dilma está ‘preocupada’ com energia nuclear no Brasil, diz ministro

15/03/2011 14h04 - Atualizado em 15/03/2011 14h28

Carvalho afirmou que governo terá de ‘olhar’ programa nuclear brasileiro. É preciso observar resultado de vazamento radioativo no Japão, disse.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou nesta terça-feira (15) que a presidente Dilma Rousseff está “preocupada” com a questão da energia nuclear no Brasil, depois das notícias sobre vazamentos radioativos em usinas atômicas japonesas. Segundo ele, o colapso de usinas no país asiático pode ter efeito sobre a atual política nuclear brasileira.

“A presidente está extremamente preocupada com os efeitos, inclusive aqui, sobre a nossa política, [de] toda essa questão da energia atômica, da energia nuclear. Temos que, com responsabilidade, olhar isso”, afirmou.

Para Carvalho, é preciso aguardar o desenrolar dos acontecimentos no Japão para reavaliar o programa de energia atômica no Brasil.

“Faltam elementos ainda da questão nuclear para que a gente faça uma constatação. Não se sabe a extensão da questão japonesa e só depois de ter uma análise mais profunda se pode pensar nas influências que o evento japonês terão no nosso programa nuclear.”

A usina atômica de Fukushima, a 240 km de Tóquio, sofreu explosões em decorrência do terremoto de magnitude 8,9 que atingiu o Japão na última sexta-feira (11). O sistema de refrigeração da unidade entrou em colapso e os reatores liberaram radioatividade na atmosfera.

Nesta terça, várias pessoas deixaram Tóquio e moradores permaneceram dentro de suas casas em meio a temores de que a radiação da usina nuclear de Fukushima afete uma das maiores e mais densamente povoadas cidades do mundo.

Banco do Brasil

Gilberto Carvalho disse ainda que as famílias de funcionátrios brasileiros do Banco do Brasil estão sendo retiradas do país asiático.

O BB confirmou a informação, Segundo o banco, as agências no Japão, com exceção da que opera na cidade de Gunma, estão funcionando normalmente, mas com horários especiais, de acordo com o contingenciamento de energia em cada localidade.

Link original: http://g1.globo.com/politica/noticia/2011/03/dilma-esta-preocupada-com-energia-nuclear-no-brasil-diz-ministro.html

Presidente da Eletronuclear vai ao Senado falar sobre energia atômica

15/03/2011 16h03 - Atualizado em 15/03/2011 16h13

Comissão de Meio Ambiente aprovou convite para audiência pública. Senadores estão preocupados com segurança das usinas nucleares.
 
Com a iminência de um desastre nuclear no Japão, após o terremoto seguido de tsunami que fez milhares de vítimas no país, a Comissão de Meio Ambiente do Senado decidiu chamar o presidente da Eletrobras Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, para esclarecer no Congresso as condições de funcionamento das usinas nucleares brasileiras.

Aprovado na reunião desta terça-feira (15), o requerimento apresentado pelos senadores Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) e Jorge Viana (PT-AC) prevê o convite ao presidente da Eletronuclear para participar de uma audiência pública em data ainda a ser marcada pelo Senado.

Segundo o documento, a reunião terá como objetivo “esclarecer o Senado e a sociedade questões sobre o programa nuclear brasileiro, em face dos desastres ocorridos no Japão”.

Os senadores querem saber detalhes do sistema de segurança das usinas brasileiras, conhecer o plano de emergência elaborado pela Eletronuclear em caso de um vazamento radioativo e esmiuçar os projetos de expansão do programa nuclear brasileiro.

Os parlamentares também estão preocupados com os sistemas de armazenagem e de resíduos radioativos e a segurança em torno da prevenção de acidentes.

Usinas

O Brasil tem duas usinas nucleares em funcionamento: Angra 1 e Angra 2, ambas no litoral Sul do Rio de Janeiro. Angra 3 está em construção. Segundo a Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás responsável pela construção de usinas nucleares, Angra 1 e 2 podem suportar ondas de até 6 metros de altura.

Além do presidente da Eletronuclear, o senador Valadares sugeriu que o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, também participe do debate para falar sobre os projetos de construção de quatro usinas nucleares no Brasil, bem como da segurança do uso dessa fonte energética.

O mundo acompanha com apreensão a sequência de explosões nas usinas japonesas que foram atingidas pelo terremoto. O risco de uma catástrofe nuclear já levou diferentes países a anunciar mudanças na segurança de seus programas nucleares e deve afetar a reativação do setor energético em vários países.

Meio Ambiente

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, esteve no Senado nesta terça-feira e afirmou que “o desastre é de larga escala, é monumental. Todo o planeta vai aprender com esse fato triste e lamentável que aconteceu no Japão”.

“O mundo todo acompanha o que está acontecendo no Japão. O que nós do Ministério do Meio Ambiente estamos observando é o desastre natural no país e as medidas de contingência que o governo japonês vem adotando. É importante observar o trabalho da defesa civil, sistema de alarme para a população, para aprender”, afirmou a ministra.

'Radiação é pior arma, não podemos vê-la', diz sobrevivente de Hiroshima

15/03/2011 17h29 - Atualizado em 15/03/2011 17h59

Risco nuclear no Japão faz ex-soldado que vive em SP relembrar tragédia. 'A radiação tem poderes que ninguém nunca mais pode conter', afirma.

Para o comerciante Takashi Morita, as imagens do Japão arrasado pelo terremoto, pelo tsunami e agora sob o temor do risco nuclear são um “pesadelo”. Aos 87 anos e morando em São Paulo desde 1956, ele sobreviveu, em 6 de agosto de 1945, à bomba nuclear jogada sobre a cidade japonesa de Hiroshima durante a Segunda Guerra Mundial. A bomba explodiu a cerca de 1,3 km de onde Morita estava. Na época, ele era soldado da polícia japonesa e tinha 21 anos.

Tragédia no Japão faz sobrevivente de Hiroshima, hoje aos 87 anos, relembrar o que viveu durante a queda da bomba atômica (Foto: Tahiane Stochero/G1)

“Lembro-me como se fosse hoje. Eu estava caminhando nas ruas da cidade quando a bomba caiu. Primeiro foi um clarão, depois uma escuridão. Então começou uma chuva preta, e as pessoas que estavam queimadas abriam a boca para tomar aquela água contaminada. Eu via pessoas queimadas, dilaceradas”, relembra Morita, que fala pouco português e concedeu a entrevista ao G1 com ajuda da filha, Iasuko Saito.

Morita teve duas vezes diagnosticada leucemia enquanto ainda morava no Japão, onde fez tratamentos, segundo a filha. Desde que se mudou para o Brasil, apesar de problemas de coração e diabetes, nunca mais teve leucemia. Ele veio para São Paulo justamente para melhorar a saúde. "Me falaram que São Paulo era uma cidade alta, com um bom ar", diz.

Para o japonês, o cenário de destruição das cidades do Japão após a passagem do tsunami lembra a situação da cidade de Hiroshima após a bomba.

A cidade de Hiroshima, antes e depois da bomba nuclear (Foto: AFP)

“Isso que está acontecendo no meu país me faz sofrer muito, é muito triste. Nós, os sobreviventes das bombas nucleares, lutamos pela paz e contra a energia nuclear. A radiação é a pior arma que existe. Não tem cheiro, não podemos vê-la, não tem barulho, não deixa rastro. As pessoas vão sentir seus efeitos ao longo do tempo”, diz o comerciante.

Hoje, ele é presidente da Associação das Vítimas da Bomba Atômica no Brasil, que integra 120 sobreviventes da tragédia e seus descendentes.

Quando a bomba atômica atingiu Hiroshima, o soldado vestia uniforme militar e acredita que por isso foi protegido. Como usava boné, também não teve problemas no rosto, mas sofreu uma queimadura grave na nuca, o que o impediu de continuar ajudando no resgate das vítimas por muito tempo.saiba mais

“Depois da bomba, todos os sobreviventes deixaram Hiroshima, porque a radiação se alastrava. Mas eu fiquei durante dois dias, só carregando corpos, ajudando pessoas. Nestes dois dias, não comi nem bebi nada na cidade. Tudo podia estar contaminado e me contaminar por dentro. Se a radiação entra dentro de nós, daí não tem salvação”, afirma.

“Eu também estava em missão, trabalhando, não sentia fome. Depois, no terceiro dia, meu comandante me mandou ir para um hospital fora da cidade cuidar da queimadura, que estava ficando ruim”.

Parentes no Japão

Morita tem um neto, filho de Iasuko, que mora em Tóquio. Segundo ela, o jovem trabalha e constituiu família no Japão e não pretende retornar ao Brasil. “Temos parentes na capital e amigos na região próxima à usina nuclear de Fukushima (que apresentou acidentes e explosões), alguns que não conseguimos contato. Eles tiraram todas as pessoas das cidades próximas”, afirma Iasuko.

“Se eu pudesse fazer um pedido ao governo japonês, pediria para não construir mais usinas nucleares, não usar mais urânio. A minha missão neste planeta é conscientizar as pessoas, principalmente os jovens, sobre os efeitos da radiação. Ela tem poderes que não se pode conter, nunca mais nem ninguém. Tem gente morrendo até hoje, sofrendo até hoje, pelos efeitos da radiação das bombas atômicas”, diz o comerciante Morita.

Às pessoas que se encontram na região de risco, ele aconselha a “não comer, beber, nem colocar nada para dentro do corpo que esteja naquela região”. “A radiação contamina tudo, a água, os alimentos. Não dá para usar nada dali”. Ele também lembra os primeiros efeitos da radiação das vítimas que ajudou: bolhas de sangue formando-se pelo corpo e sangue saindo da gengiva.

Reconstrução

O sobrevivente de Hiroshima veio para o Brasil em 1956, com a mulher e dois filhos. Desembarcou no Porto de Santos, após 42 dias de viagem, com destino a São Paulo.

Questionado sobre se acha que o país que lhe acolheu ajudará o Japão a se reconstruir, Morita não pensa duas vezes. “O brasileiro é um povo de coração muito quente e ajuda a todos. Tenho certeza de que irá ajudar o Japão”, diz.

Ele também acredita que o povo japonês, como ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, irá se unir para reverter os estragos da tragédia. “O japonês sofre, mas não chora. Sofre por dentro, mas se une para trabalhar”, acredita ele.

Morita receberá uma homenagem do estado de São Paulo pela sua luta contra a radiação. A Escola Técnica Estadual (Etec) de Santo Amaro, na Zona Sul da capital, pretende mudar o seu nome para se chamar Etec Takashi Morita. Segundo o diretor da unidade, Fernando Antônio de Campos, um projeto de lei que autoriza a alteração no nome da Etec tramita desde fevereiro na Assembleia Legislativa do estado.

Acidente de usina nuclear do Japão pode atingir 7, diz instituto dos EUA

15/03/2011 18h16 - Atualizado em 15/03/2011 18h50

Situação na Fukushima Daiichi 'piorou consideravelmente', segundo a ISIS. Tremor e tsunami causaram mortes, destruição e crise nuclear no Japão.
 
Um órgão norte-americano especializado em segurança nuclear afirmou nesta terça-feira (15) que a situação na usina Fukushima Daiichi "piorou consideravelmente" e que o acidente nuclear ocorrido após o terremoto seguido de tsunami do dia 11 pode chegar ao nível 7, o máximo na escala que mede incidentes nucleares.

A avaliação é do Institute for Science and International Security (ISIS).

Segundo eles, a explosão no reator 2 e o fogo no reservatório de combustível gasto do prédio do reator 4 significam que o acidente não pode mais ser visto como de grau 4 na escala que vai até 7, como dizem as autoridades japoneses.

Segundo o ISIS, o acidente ocorrido na usina na província japonesa de Fukushima está no grau 6, e pode alcançar o grau 7, o mesmo do desastre de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

Um evento do nível 6 na escala INES significa que as consequências são amplas e que medidas de contenção são necessárias para lidar com a contaminação radioativa.

Um evento de nível 7 envolve uma liberação mais ampla de material radioativo, e requereria medidas mais amplas.

A entidade pediu à comunidade internacional que aumente a ajuda ao Japão para conter a situação de emergência nos reatores e para evitar uma contaminação maior.

A agência nuclear da ONU afirmou que os desdobramentos da crise nuclear japonesa são "preocupantes". Na véspera, o governo japonês pediu ajuda a especialistas da agência, e também a técnicos norte-americanos.

A Comissão Europeia classificou a situação na usina japonesa de "apocalipse". A autoridade nuclear francesa também avaliou o incidente como de grau 6.

A União Europeia anunciou que vai realizar "testes de resistência" em suas usinas, após os incidentes no Japão.

Nível de contaminação radioativa de moradores de Koriyama, em Fukushima, é avaliado nesta terça-feira (15) (Foto: AP)

Novo incêndio atinge usina nuclear danificada por terremoto no Japão

15/03/2011 18h55 - Atualizado em 15/03/2011 19h48

Fogo ocorre no reator 4 da planta de Fukushima Daiichi, no nordeste. Autoridades temem acidente mais grave com vazamento radioativo.

Um novo incêndio atingiu na manhã desta quarta-feira (16), pelo horário local, o reator 4 da usina de Fukushima Daiichi, no nordeste do Japão.

O fogo começou às 5h45 locais (17h45 de terça-feira no Brasil), segundo um porta-voz da Tokyo Electric Power Co (TEPCO), empresa que administra a usina.

Fumaça foi avistada saindo da edificação por um dos funcionários que trabalham para evitar um desastre maior na usina.

Bombeiros estão tentando controlar as chamas.

Na véspera, uma explosão de hidrogênio provocou um incêndio no mesmo reator, danificando o teto do prédio que o abriga.

O Exército dos EUA, que colabora com as autoridades japonesas, controlou as chamas.

A instalação nuclear, na província japonesa de Fukushima, foi bastante afetada pelo terremoto de magnitude 9 seguido de tsunami que devastou regiões costeiras japoneses no dia 11.

O reator 4 estava em manutenção no momento do terremoto. Os reatores 1, 2 e 3 também foram afetados.

Os responsáveis tentam impedir um acidente mais grave, com vazamento radioativo.

A usina fica a 240 km da capital do Japão, Tóquio, onde há temor de contaminação.

Em meio à tensão causada pela crise nuclear, o país continua os trabalhos de resgate nas regiões costeiras devastadas.

O número de mortos oficial passa de 3.300, mas as autoridades estimam que ele possa passar de 10 mil.

O país também enfrenta cortes programados de energia, por conta do desligamento de usinas nucleares. O objetivo, segundo o governo, é impedir blecautes maiores.

Também há problemas de desabastecimento de provisões.

Radiação nuclear pode causar de queimaduras a câncer, diz especialista

14/03/2011 12h29 - Atualizado em 15/03/2011 18h30

Engenheiro nuclear diz que uma vez esvaziada a região, risco é mínimo. Há também tratamento para quem for exposto, diz especialista.

O derretimento dos reatores nucleares japoneses atingidos pelo terremoto de sexta-feira (11) pode liberar radiação na atmosfera que causa desde queimaduras na pele até câncer, explica o engenheiro nuclear Aquilino Senra, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O risco de exposição da população, no entanto, é baixo.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) também afirmou que o perigo para a população é mínimo. Isso porque a área em torno da usina foi isolada.

O Japão foi atingido na sexta-feira (11) por um terremoto de 8,9 de magnitude (Observação: após a publicação desta reportagem, o Serviço Geológico dos Estados Unidos atualizou a magnitude para 9). O tremor afetou o fornecimento de energia elétrica, o que causou uma pane no resfriamento dos reatores. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o risco de derretimento do núcleo, o pior acidente que pode ocorrer em uma usina, é “grande”.

Exposição

Se ocorrer o derretimento, três tipos de radiação serão liberadas no ambiente: alfa, beta e gama. “A radiação alfa não penetra no organismo, ela causa queimadura na pele”, explica Aquilino Senra. “As radiações beta e gama – principalmente a gama – entram no organismo e causam deformações celulares”, afirma, referindo-se à exposição aos raios.

Essas deformações, ao longo dos anos, podem levar a casos de câncer. “Podem, não devem. E isso varia de acordo com a distância da pessoa do local do acidente e a proteção que ela estiver usando”, explica.

Essa radiação gama é a mesma usada em tratamentos de radioterapia, exatamente para combater o câncer. "Em baixas doses, ela destrói tumores", afirma o especialista. "Em altas, pode causar dano celular que leva ao câncer".

Ionização

A radioatividade pode afetar a saúde principalmente de duas formas. "O problema maior é que este tipo de radiação é ionizante, ou seja, é capaz de mudar a estrutura química das substâncias", afirma Regina Bitelli Medeiros, professora do departamento de diagnóstico por imagens da Unifesp e especialista em física médica.

Com isso, ela altera as características de substâncias comuns em nosso corpo. A partir da água, por exemplo, podem se formar radicais livres, que, em excesso, prejudicam o funcionamento do corpo.

Outra possibilidade é que a radiação nuclear afete diretamente as células. A mudança na estrutura química dos elementos pode representar, por exemplo, a quebra da cadeia de DNA.

A medicina atual ainda não sabe dizer se existe uma quantidade limite de radiação à qual o corpo deva ser exposto para que tais efeitos possam desenvolver o câncer.

Incorporação

A exposição aos raios não é o único risco ao qual o corpo humano está sujeito em relação à radioatividade. É ainda mais importante evitar que as pessoas incorporem material radioativo. A forma mais comum de isto acontecer e pela inalação de gases que se misturam à atmosfera depois de um vazamento.

“O órgão não sabe o que é radioativo ou não, ele metaboliza o elemento químico”, explica Medeiros.

Um dos elementos que representa maior ameaça neste sentido é o iodo. O corpo humano precisa dele para que a tireoide funcione normalmente e tende a absorver as partículas de iodo radioativo que ficam suspensas no ar. Para evitar que isto ocorra, estão sendo dadas pílulas de iodo não-radioativo à população. Desta forma, o corpo fica saturado do elemento e, mesmo se ele for inalado na forma radioativa, não será absorvido.

Diferença da bomba

Aquilino Senra explica que o derretimento de um reator nuclear não mata pessoas como uma bomba. "O que mata mesmo na bomba nuclear não é a radiação. É a onda de choque, depois a onda de calor e por último a radiação", explica Senra.

"A intensidade de material radioativo em uma bomba nuclear é muito maior, porque a energia dispendida é muito grande e não tem nenhuma barreira. Já um reator tem quatro barreiras contra a liberação de material nuclear no ambiente", afirma. "Não é a mesma coisa", tranquiliza.

Segundo Senra, a retirada das pessoas de volta da área da usina já contém o risco para a saúde. Quem está fora da área isolada não corre perigo, segundo ele.