terça-feira, 15 de março de 2011

Usina nuclear no Japão tem barras de combustível expostas, diz agência

14/03/2011 09h10 - Atualizado em 14/03/2011 11h54

Derretimento de barras aumentaria risco de vazamento nuclear. Usina em Fukushima já sofreu explosões, mas reatores não foram atingidos.

Barras de combustível em um reator nuclear japonês atingido pelo terremoto que devastou o país na sexta-feira, matando centenas de pessoas, agora estão totalmente expostas, informou nesta segunda-feira (14) a operadora da usina, a Tokyo Electric Power Co., segundo a agência de notícias Jiji.

A informação se referia ao reator número 2 do complexo Fukushima Daiichi, onde os índices de água para resfriamento em volta do núcleo do reator haviam baixado mais cedo durante o dia.

Segundo a Jiji, a possibilidade do derretimento das barras de combustível não poderia ser descartada. O derretimento aumentaria o risco de danos ao reator e de um possível vazamento nuclear, dizem especialistas.

O governo minimizou a possibilidade de uma grande explosão neste reator.

Yukio Edano, porta-voz do governo, disse que o trabalho feito para resfriar o reator (que consiste em bombear água do mar para o reator) pode estabilizar a situação, e que o nível de radiação da central nuclear, que fica a 250 quilômetros de Tóquio, é tolerável para humanos.

A Tepco informou que 3,7 metros das barras de combustível do reator (que têm 4 metros no total) ainda estavam expostas ao ar às 20h07 (8h07, horário de Brasília), antes da retomada do bombeamento de água do mar.

A informação sobre risco de vazamento ocorre após a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU ter informado que o recinto de confinamento do reator 3 da central nuclear de Fukushima 1 está intacto, após ter sido atingido por duas explosões nesta segunda-feira (noite de domingo no Brasil).

"O edifício do reator explodiu, mas o recinto de segurança não foi danificado. A sala de controle do reator 3 continua operacional", afirmou a AIEA em um comunicado. Seis pessoas ficaram feridas nas explosões, segundo a agência da ONU, que tem sede em Viena.

As duas explosões desta segunda-feira foram provocadas pelo acúmulo de hidrogênio. Elas deixaram 11 feridos.
Uma explosão similar aconteceu no sábado, no edifício do reator número 1 da central, um dia depois do terremoto e tsunami que devastaram a costa nordeste do Japão. Um técnico morreu e 11 ficaram feridos.

Explosão

A explosão de hidrogênio ocorreu no reator número 3 da usina nuclear número 1 do complexo de Fukushima. Imagens da da rede japonesa de TV NHK mostraram fumaça cinza sobre a área após a explosão.

O porta-voz do governo japonês, Yukio Edano, acrescentou que são poucas as possibilidades de haver um vazamento radioativo.

Conforme a agência de notícias japonesa Jiji, que citou como fonte a Tokyo Electric Power, operadora da usina, a explosão não danificou o reator. A notícia da preservação foi confirmada pelo governo.

Desde o terremoto de sexta-feira, engenheiros japoneses trabalham para evitar um desastre nuclear na usina, que foi gravemente danificada durante o tremor. Na usina, localizada na costa nordeste a 200 km de Tóquio, técnicos estão injetando água do mar nos reatores para tentar controlar a temperatura, já que o superaquecimento pode provocar explosões e acidentes.

Imagem da rede NHK mostra edifício abalado por explosão (Foto: AFP)

Kan ordenou no fim de semana uma evacuação em um raio de 20 km ao redor de Fukushima.

As autoridades decretaram estado de emergência em uma segunda central nuclear, a de Onagawa (nordeste), depois que foram registrados níveis de radioatividade que superavam os autorizados e que voltaram ao normal, informou em Viena a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Outra central nuclear, a de Tokai, sofreu uma avaria no sistema de refrigeração, mas as bombas de água auxiliares funcionavam e seguiam resfriando o reator, segundo as autoridades.

Alerta mundial

A ameaça de um grande acidente nuclear no Japão trouxe à tona preocupações em outros países a respeito da segurança desse tipo de instalação.

Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel descreveu a crise no Japão como um momento decisivo para o mundo. Segundo ela, os padrões de segurança nas usinas nucleares alemãs serão revistos. O discurso de Merkel foi feito após um protesto, na véspera, reunir dezenas de milhares de manifestantes, que criticavam o projeto do governo de ampliar o uso dos reatores nucleares do país.

Nos Estados Unidos, o senador Joe Lieberman afirmou que Washington precisa interromper o desenvolvimento de usinas nucleares, até que as lições do que ocorreu no Japão sejam aprendidas.

Rússia

Já o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, afirmou nesta segunda-feira que não há ameaça nuclear global após as explosões , informou a agência Interfax.

"Em função dos dados dos quais dispomos, não pensamos que exista uma ameaça global", declarou Putin, em referência à situação no Japão.

"Nossos especialistas estão seguros de que não há ameaça para o território russo", completou.



14/03/2011, às 12:20:39

CRISE NUCLEAR

Em meio a busca, as autoridades japonesas enfrentam uma crise nuclear. Mais cedo, a operadora do complexo Fukushima Daiichi, Tokyo Electric Power Co., informou que as barras de combustível no reator nuclear 2 do complexo Fukushima Daiichi agora estão totalmente expostas.

Os índices de água para resfriamento em volta do núcleo do reator haviam baixado mais cedo durante o dia.

Segundo a Jiji, a possibilidade do derretimento das barras de combustível não poderia ser descartada. O derretimento aumentaria o risco de danos ao reator e de um possível vazamento nuclear, dizem especialistas.



Publicado em 14/03/2011, 16:45

Após explosões em usina nuclear, Japão pede ajuda internacional

Brasília – O governo japonês pediu nesta segunda-feira (14) à Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) o envio de uma equipe de peritos, após as explosões registradas em uma usina nuclear. As informações são do diretor-geral do órgão, Yukiya Amano.

Na sexta-feira (11), a Aiea chegou a oferecer ajuda ao Japão, após o terremoto e o tsunami que atingiram o país e danificaram a central nuclear de Fukushima, situada a 250 quilômetros de Tóquio.

O nível de água de um dos reatores da usina baixou consideravelmente hoje, impedindo o resfriamento do combustível. Equipes da Tokyo Electric Power estão adotando medidas como injetar água do mar no reator número 2 da usina para evitar o superaquecimento da instalação, que está com as barras de combustível totalmente expostas.

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