sábado, 31 de dezembro de 2016

2016 passou correndo...


...que em 2017 as metas sejam alcançadas e o ano seja pleno em conquistas! Obrigado a todos que visitam o blog e fizeram contato!

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Informativo SBMN - Nº 134 - 20 de Dezembro de 2016


Reembolso de Radio-223


A evolução da medicina nuclear tem sido cada vez mais rápida e novos procedimentos tem demandado a crescente atuação da SBMN junto a AMB e a ANS para que haja adequado reembolso pelos mesmos.
Neste contexto se inclui o uso do radiofármaco dicloreto de rádio 223 que além de tratar-se de radiofármaco é também um anti-neoplásico de uso venoso, fato que torna sua cobertura obrigatória pela saúde suplementar para as indicações aprovadas pela ANVISA em bula.
A SBMN entende que o reembolso se dará pela cobrança do procedimento e pela cobrança dos insumos radioativos e trabalha no momento para a mais rápida definição dos mesmos. Já existem diversas reuniões bilaterais agendadas para deliberação nos meses de dezembro e janeiro.


segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Agenda SBMN


Confira algumas das atividades já agendadas para o primeiro trimestre de 2017! Nos dias 11 e 12 de março de 2017, a SBMN realiza como primeiro encontro do ano o "1º Curso de Física para operadores de equipamentos de Medicina Nuclear".
Acesse "Agenda SBMN" http://sbmn.org.br/agenda-sbmn/ e acompanhe!


terça-feira, 13 de dezembro de 2016

RMB: Diretores da SBMN participam de reunião no Palácio do Planalto


Na tarde de 12 de dezembro a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), representada por Juliano Cerci e Gustavo Gomes, participou de uma reunião para discutir o andamento do projeto Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). O encontro aconteceu no Palácio do Planalto.
Para os diretores da Sociedade, a iniciativa é considerada positiva. Como encaminhamento, foi acordado entre os presentes formar um grupo de trabalho com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Comunicação (MCTIC), Ministério da Saúde (MS), Ministério da Defesa e Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPDG). “A ideia deste grupo é definir a atuação de cada Ministério nesta fase de planejamento executivo do RMB”, esclarece Cerci.
Ao longo de 2016 a SBMN foi convidada a participar de importantes encontros sobre o RMB e também sobre estratégias que possibilitem o desenvolvimento e crescimento da medicina nuclear no Brasil.
Na foto: (esq./dir.) Jair Mengathi (IPEN); Juliano Cerci (SBMN); José Augusto Perrota (IPEN); Tarsício (MCTIC); Gabriela (Acadêmica de Medicina). Contra-Almirante Noriaki Wada; Renato Cotta (CNEN); Gustavo Gomes (SBMN) 


segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Reunião sobre Proposta de especialização conjunta em Radiologia e Medicina Nuclear: confira informações

No dia 4 de novembro de 2016, às 14 horas, ocorreu na sede da AMB, em São Paulo, uma reunião para proposta de especialização conjunta em Radiologia e Medicina Nuclear, reunindo diretores da SBMN e do CBR e colegas do Hospital Sírio-Libanês em São Paulo.
Atualmente, para que um médico possa aplicar para a prova de título de especialista em Radiologia ele precisa cursar um mínimo de três anos em Radiologia, assim como para aplicar para o título de especialista em Medicina Nuclear ele também precisa cursar um mínimo de três anos em Medicina Nuclear em um centro formador reconhecido pela SBMN. Até a última prova de título de especialista ocorrida no início de 2016, a SBMN previa uma exceção para médicos com residência prévia em radiologia, sendo que estes poderiam prestar a prova de título após um curso de dois anos em Medicina Nuclear. A SBMN decidiu durante o ano de 2016 que os médicos ingressantes em programas de residência médica e curso de especialização a partir de 2017, todos sem exceção, deverão cursar um mínimo de três anos de treinamento em Medicina Nuclear para submeter à prova de título de especialista. Isso porque entende-se que a Medicina Nuclear passou por uma enorme expansão nos últimos anos com o surgimento do PET/CT, SPECT/CT, novos traçadores e novas terapias.
Assim, ficou acordado entre ambas as especialidades que é necessário um mínimo de três anos para cada. Desta maneira, uma formação que queira contemplar um médico com formação em imagem estrutural e funcional, ou um médico com dupla certificação, precisará ocorrer em seis anos. Após essa formação, ele poderá prestar a prova de título para ambas as especialidades.
O Hospital Sírio Libanês em São Paulo criou um curso nesses moldes, pretendendo que o aluno faça apenas uma prova para ingressar no programa que irá prever a formação em ambas as especialidades sendo de seis anos no total. O hospital buscará o credenciamento junto à SBMN, já possuindo credenciamento junto ao CBR. Apenas ao final de todo o curso de seis anos o aluno poderá aplicar para a prova de título para ambas as especialidades para obtenção da dupla certificação, ou seja, título de especialista em Radiologia e em Medicina Nuclear. Ficou acordado também entre ambas as sociedades, que esse será um Projeto Piloto, por ser algo inovador e nunca antes realizado em nosso país. O seu curso será acompanhado por ambas as sociedades. Para os centros que possuem residência médica credenciada pelo MEC, isso não será possível devido às leis que regem a residência médica que exigem uma prova diferente para o acesso à cada especialidade.
Durante a reunião também ficou acertado que a SBMN e o CBR irão manter permanentes tratativas de forma a aperfeiçoar a formação dos médicos da área do diagnóstico por imagem.
Presentes na reunião:
Cláudio Tinoco Mesquita – presidente da SBMN
Juliano Júlio Cerci – vice-presidente da SBMN
Antonio Carlos Matteoni de Athayde – presidente do CBR
Henrique Carrete Júnior – coordenador do dep. Imagem Estrutural da SBMN
Celso Darío Ramos – presidente do Conselho Consultivo SBMN
Sérgio Altino de Almeida – diretor científico da SBMN
George Barbério Coura Filho – 1o secretário da SBMN
Manoel de Souza Rocha – diretor científico do CBR
Marcelo Tatit Sapienza – co-supervisor residência Med Nuclear da USP
Alair Augusto Moreira dos Santos – 1o secretario do CBR
Miriam C. M. Moreira – 1a tesoureira da SBMN
Bárbara Juarez Amorim – 2a tesoureira da SBMN
Ricardo C. Quartim Fonseca – 2o secretário da SBMN
Sônia M. Moriguchi – coordenadora Dep. de Centros Formadores da SBMN
Carlos Buchpiguel – coordenador da Medicina Nuclear do Hosp Sírio-Libanês
Giovanni Guido Cerri – responsável Centro Diag. Imagem do Hosp Sírio-Libanês

PET/RM na Oncologia Pediátrica


Na noite de ontem, dia 8/12, a SBMN realizou o último encontro educacional e científico do ano 2016. “Uso do PET/RM na prática clínica na oncologia pediátrica”, reuniu mais de 50 participantes e contou com um time de palestrantes multidisciplinar: os oncopediatras convidados, Vicente Odone Filho e Nathália Halley, o radiologista Marcelo Queiroz e o médico nuclear e diretor da SBMN, Ricardo Quartim Fonseca. Juntos puderam compartilhar uma visão integrada da aplicabilidade da MN na conduta terapêutica. Confira o álbum de fotos


SBMN participa de reunião na ANS


A incorporação de novas indicações de PET/CT no rol de procedimentos com cobertura obrigatória da ANS e a questão do uso do rádio-223 foram discutidos pela SBMN em reunião realizada em 7/12, na ANS. O encontro contou com a presença do diretor de defesa de classe da AMB, Emilio Zilli, e da Assessora Técnica da CBHPM-AMB, Myiuki Goto. Pela ANS houve a presença Raquel Medeiros Lisboa, gerente-geral da Gerência-Geral de Regulação Assistencial à Saúde, e de Rochele Santos, gerente-Substituta de Assistência à saúde. A SBMN esteve representada pelo presidente, Claudio Tinoco Mesquita e por Beatriz Leme.


quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Câncer de próstata: medicina nuclear apresenta nova ferramenta para detectar metástases

Colaboração
Matheus Steinmeier
RS Press (11) 3875-6296
matheussteinmeier@rspress.com.br

Exame utiliza substância radioativa para detectar metástases imperceptíveis por outros meios

A sigla é extensa, mas a finalidade do PET/CT com PSMA-68Ga é essencialmente simples. O exame permite realizar um rastreamento preciso de células metastáticas de câncer de próstata e é uma das técnicas mais recentes da Medicina Nuclear, ramo da medicina ainda pouco conhecido no Brasil que utiliza substâncias radioativas conhecidas como radiofármacos para diagnóstico e tratamento de doenças.

Em suma, a ferramenta permite aos médicos identificar com extrema precisão se as células de um câncer de próstata, o segundo mais comum entre homens no Brasil, de acordo com o INCA, já se encontram em outros locais do corpo. Essa informação é fundamental para que os médicos possam definir com exatidão o melhor tratamento para o paciente e entender a extensão da doença. É o que explica a médica nuclear e diretora do serviço especializado da MND Campinas, Elba Etchebehere.

“Embora seja considerada uma tecnologia recente, já existem diversos estudos que analisaram o impacto do PET/CT com PSMA-68Ga na conduta terapêutica. De maneira geral, seu uso é apontado como um fator dramático para a alteração da forma como os médicos abordam a doença. Alterando em até 50% a conduta, o exame é visto como peça chave para abordagens individualizadas do câncer de próstata, visando maiores chances de cura e menores impactos e sequelas”, ressalta.

Fazendo o câncer aparecer
A sigla extensa remete ao uso de um traçador específico, denominado prostate specific membrane antigen(daí o PSMA). Essa proteína de superfície se encontra em altas quantidades em células metastáticas do câncer de próstata, fazendo com que a substância injetada nos pacientes “procure” pelas metástases por menores que sejam. Para o exame, o PSMA é marcado com uma substância radioativa conhecida como Gálio-68.

“Esse isótopo radioativo é completamente seguro nas concentrações utilizadas e as imagens são realizadas no equipamento chamado PET/CT. A técnica literalmente faz o câncer brilhar no exame, permitindo aos médicos identificar as células metastáticas”, conta Elba.

Indicação e acesso
O médico nuclear Allan Santos, que também atua na MND Campinas, pontua que atualmente o PET/CT com PSMA-68Ga é indicado em duas situações específicas: na recidiva bioquímica e no estadiamento primário do tumor. Recidiva bioquímica é o termo utilizado pelos médicos quando ocorre aumento no sangue do antígeno prostático específico (PSA) após o paciente com câncer de próstata já ter sido tratado com cirurgia ou radioterapia. O aumento do PSA no sangue indica a presença ou o crescimento das células tumorais da próstata, mas não mostra a sua localização. A localização precoce destas células pode aumentar a eficiência do tratamento.

“Nesses pacientes, o PSMA é capaz de detectar o câncer mesmo se o PSA estiver baixo, indicando a presença de câncer em linfonodos pélvicos ou mesmo metástases ósseas, as mais comuns para câncer de próstata”, explica ele.

Já no segundo caso, do estadiamento primário do tumor, o exame é indicado para pacientes com câncer de próstata de alto risco, uma vez que a técnica de imagem permite definir com exatidão em que estágio o tumor se encontra e qual a melhor conduta a se seguir. É nessa hora que as mudanças dramáticas no planejamento da radioterapia, por exemplo, podem ser sentidas.

“O acesso a esse exame ainda é incipiente no estado de São Paulo. Ele ainda não está disponível pelo SUS e atualmente só é oferecido em serviços da capital. Entretanto, a MND Campinas deve passar a oferecer o PSMA em Campinas a partir do final de dezembro e começo de janeiro. Esperamos com isso facilitar o acesso da população do interior do estado ao que existe de mais moderno em medicina nuclear para câncer de próstata”, finaliza.

Sobre a MND Campinas
Fundada em 1995 por uma equipe de especialistas pioneiros em PET/CT no Brasil, a MND Campinas oferece a médicos e pacientes serviços em diagnóstico por imagem, trazendo o que há de mais moderno em medicina nuclear. A clínica tem como diferencial a capacitação do corpo clínico, com médicos, biomédicos e enfermeiros em processo de constante aperfeiçoamento para acompanhar os avanços da especialidade.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Diretor da Agência de Energia Atômica destaca importância do Reator Multipropósito

O diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, foi recebido em audiência pelo ministro Gilberto Kassab, que considerou a reunião uma oportunidade para consolidar a cooperação com a agência.

Por Ascom do MCTIC

O diretor da AIEA, Yukiya Amano, se reuniu nesta terça-feira (24) com o ministro Gilberto Kassab.
Crédito: Ascom/MCTIC

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, ressaltou a importância do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) para dar autonomia ao país na produção de radioisótopos. Durante encontro com o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, nesta quinta-feira (24), Amano disse que o RMB é essencial em um país de grande dimensão e população.

Para o ministro, a visita do diretor-geral da AIEA ao Brasil possibilitará a avaliação das ações desenvolvidas no país na área de energia nuclear e também para consolidar a cooperação com a agência.

Durante a reunião, Yukiya Amano lembrou a atuação da agência na aplicação pacífica da energia nuclear em vários setores. Na área da saúde, citou o trabalho no combate ao vírus zika e ao ebola. Ele ressaltou que, atualmente, uma das grandes preocupações da AIEA é com a segurança físico-nuclear e convidou o Brasil para participar de uma conferência internacional sobre o tema, que está sendo organizada para o período de 5 a 9 de dezembro, em Viena, na Áustria. O MCTIC, de acordo com Kassab, enviará uma delegação de técnicos, além de representantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).

Na audiência, o presidente da Cnen, Renato Cotta, revelou que a próxima etapa do RMB (reator nuclear de pesquisa e produção de radioisótopos – elementos ativos dos radiofármacos, que são empregados como agentes no diagnóstico e no tratamento de câncer e de outras doenças, construído no Centro Experimental de Aramar, em Iperó-SP), será a assinatura de um contrato de colaboração com a Argentina. O objetivo, frisou, é que o reator brasileiro ofereça a base da radiofarmácia para toda a América Latina. Segundo Cotta, o fundo de cooperação técnica da AIEA é o grande motor das relações multilaterais na área de energia nuclear. "É o que faz os países se falarem numa área tão sensível. É o que faz nós avançarmos de uma maneira mais uniforme, independente de situação política e econômica."

O presidente da Cnen lembrou que a atual gestão do MCTIC conseguiu normalizar a situação do Brasil junto à Agência Internacional de Energia Atômica, tanto no fundo de cooperação técnica quanto na dotação anual. Yukiya Amano agradeceu a contribuição financeira à agência, mesmo com a atual conjuntura econômica do país, destacando que a iniciativa brasileira serve de incentivo para outros países.

Desafio

O secretário-executivo do MCTIC, Elton Zacarias, ressaltou que o grande desafio do Brasil é o financiamento para a pesquisa e o desenvolvimento na área nuclear, que é extremamente importante. "Nós saímos de um momento difícil, estamos caminhando para a recuperação econômica e o próximo desafio é trazer recursos para sustentar as pesquisas em energia nuclear."

De acordo com o diretor da AIEA, na área nuclear, o apoio político é importante e precisa ser sustentado ao longo do tempo. Ele anunciou que o lema da agência, que comemora 60 anos em 2017, será ampliado do atual "átomos para paz" e passará a ser "átomos para a paz e o desenvolvimento". O ministro Gilberto Kassab reforçou que "a presença do Brasil será sempre solidária e cooperativa para um mundo cada vez mais pacífico, com mais saúde e sustentabilidade."

A Agência Internacional de Energia Atômica é um organismo intergovernamental dedicado às questões de governança global da energia atômica. Ela promove a cooperação técnica internacional no uso pacífico da energia nuclear em diferentes áreas como saúde, agricultura, indústria e energia.

A reunião na sede do MCTIC contou também com a participação da diretora do Departamento de Organismos Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, Maria Luisa Ecorel de Moraes, e do diretor de Políticas e Programa de Apoio à Inovação, Jorge Campagnolo.

Fonte: MCTIC


Representante da ONU elogia projeto brasileiro de produção de radiofármacos

Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, visita a sede da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)Douglas Troufa Salles/ Comissão Nacional de Energia Nuclear


Em visita à sede da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) na última semana, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, elogiou o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), desenvolvido pela comissão com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e que será instalado em Iperó, no interior de São Paulo. A AIEA é ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo Amano, o reator representará avanços na área da medicina nuclear do Brasil, que vão beneficiar a população com a produção de radioisótopos utilizados em radiofármacos aplicados em tratamentos de câncer e em diagnósticos de doenças do coração e do cérebro, entre outras. “Vai beneficiar milhões de pessoas em seu país”, disse.

O presidente da CNEN, Renato Cotta, admitiu que há um atraso no desenvolvimento do projeto do RMB, mas disse que há expectativa de liberação de recursos do governo ainda este ano para a contratação do projeto executivo de engenharia, que deve levar dois anos. Depois disso, são necessários mais dois anos para construção do reator. “Nossa perspectiva é essa. Se continuar o nosso cronograma de assinatura do projeto executivo agora e construção logo a seguir, a gente está com isso concluído em 2020”, disse.

Segundo Cotta, o Brasil produz atualmente uma série de radiofármacos de meia-vida curta, com efetiva aplicação por um período de duas horas, mas o radioisótopo de vida-longa, que pode durar até 60 horas, ainda precisa ser importado, o que deixa o país dependente do mercado internacional. Com o RMD, essa dependência e a demanda reprimida pelos medicamentos serão reduzidas. Hoje, a medicina nuclear no Brasil é responsável por dois milhões de procedimentos médicos, um terço da demanda real por tratamentos desse tipo, segundo o presidente da CNEN.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Cláudio Tinoco Mesquita, com a produção a partir da entrada em funcionamento do reator, o Brasil se tornará autossuficiente em radiofármacos. “Não vai mais precisar importar nada. É um projeto para a autossuficiência total. O Brasil tem toda a capacidade para produzir aqui. Só precisa que haja o investimento.”

Prêmio

Yukiya Amano recebeu da CNEN o Prêmio Octacílio Cunha, concedido desde 1981 a entidades que contribuem para o desenvolvimento do setor nuclear brasileiro. Entre os premiados deste ano também estão a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear e a Amazônia Azul Tecnologia de Defesa (Amazul).

A premiação encerrou a agenda de Amano no Brasil, que incluiu uma reunião com o ministro Gilberto Kassab e visitas ao Centro Experimental de Aramar, em Iperó, no interior de São Paulo, e à Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis (RJ), onde estão instaladas as usinas nucleares Angra 1, Angra 2 e o canteiro de obras de Angra 3.

Edição: Luana Lourenço

CNEN concede prêmio Octacílio Cunha à Agência Internacional de Energia Atômica


Presidente da CNEN, Renato Cotta, entrega premiação da AIEA a YuKiya Amano.    (Foto: Douglas Troufa /CNEN)     

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) entregou, na tarde desta sexta-feira (25/11), o Prêmio Octacílio Cunha à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Uma breve solenidade de entrega foi realizada no auditório Carneiro Felippe, na sede da CNEN, no Rio de Janeiro. A Agência foi representada por seu diretor-geral: Yukiya Amano. 

O prêmio é concedido pela CNEN desde 1981 a instituições que contribuem para o desenvolvimento do setor nuclear brasileiro. Os homenageados são escolhidos pela Comissão Deliberativa da CNEN e a entrega da premiação ocorre, tradicionalmente, durante a comemoração do aniversário da CNEN, em 10 de outubro.

Neste ano, a AIEA, por problemas de agenda, não pode enviar representante para receber a premiação. As demais instituições agraciadas a receberam na solenidade comemorativa dos 60 anos da CNEN, ocorrida em outubro na Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro: Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR), Sociedade Brasileira de Biologia, Medicina Nuclear e Imagem Molecular (SBMN) e Amazônia Azul Tecnologia de Defesa (Amazul).

A entrega da premiação à AIEA foi incluída na programação da visita que Yukiya Amano realizou ao Brasil entre os dias 23 e 25 de novembro. Neste período, ele conheceu importantes projetos e empreendimentos do setor nuclear brasileiro.

No dia 23, o diretor-geral da AIEA visitou o Centro Experimental de Aramar, em Iperó, no interior de São Paulo, onde conheceu o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). No dia 24, Yukiya Amano foi recebido em Brasília pelo Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab, e demais autoridades. Em reunião realizada na capital federal, Amano destacou a importância do RMB para o desenvolvimento do Brasil.

Na sexta-feira (25), último dia de sua visita ao Brasil, Amano foi, pela manhã, à Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Angra dos Reis (RJ), onde encontram-se as usinas nucleares Angra 1, Angra 2 e o canteiro de obras de Angra 3. De volta à cidade do Rio de Janeiro, na parte da tarde Amano participou de reunião na Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC) e da entrega do prêmio Octacílio Cunha, encerrando seus compromissos oficiais no Brasil.


Brasil recebe diretor da Agência Internacional de Energia Nuclear


O presidente da SBMN, Cláudio Tinoco Mesquita, acompanhou na tarde de sexta-feira, dia 25/11, a cerimônia de entrega do Prêmio Otacílio Cunha à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Criada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), a honraria – mesma concedida neste ano à SBMN -, é atribuída às instituições e/ou pessoas em reconhecimento pelas contribuições no crescimento e difusão do uso da energia nuclear em benefício da população.
A AIEA foi representada pelo seu diretor geral, Yukiya Amanno, que recebeu das mãos do presidente da CNEN, Renato Cotta o Prêmio.
Amanno, que desde a quarta-feira, dia 23, está no Brasil, falou sobre a importância do Projeto Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) para medicina nuclear e os milhares de brasileiros que têm doenças como o câncer. O diretor também esclareceu sobre a contribuição da energia nuclear no combate ao zika vírus no Brasil.
Assista a trechos de sua mensagem captados sobre: RMB e Zika vírus


Amanno recebe de Renato Cotta (esquerda), presidente da CNEN, o prêmio Otacílio Cunha.Ao final, Amanno agradeceu pelo apoio à IAEA em favor da medicina nuclear brasileira. Em um diálogo com Tinoco, ele reforçou a importância de manter ativa as ações que vem sendo empreendidas para que o RMB se torne uma realidade no Brasil.
Além de receber a honraria, Amanno veio ao País conhecer os avanços do país em matéria de medicina nuclear e explorar possibilidades na luta contra a zika. 
Segundo reportagem emitida pela Agência EFE, Amanno já visitou o Centro Experimental de Aramar, no município de Iperó (SP), onde se interessou pelo projeto do Reator Multipropósito Brasileiro, o que permitirá ao país conseguir a autonomia na produção de radioisótopos, usados para diagnóstico e tratamento de algumas doenças.



terça-feira, 22 de novembro de 2016

Encontro Científico de Medicina Nuclear: Uso do PET/RM na prática clínica na oncologia pediátrica


Data: 8/12/16 à 8/11/16 
Inscrições: http://sbmnadm.org.br/webassociado 
Local: Hotel Golden Tulip - Al. Santos, 85 - São Paulo - SP 
Organização: SBMN | Apoio Educacional: GE Healthcare 

Vagas limitadas
Coordenadora Científica: Dra. Akemi Osawa,  Membro do Comitê Assessor e Comitê Científico da SBMN
Programação
20h
Dúvidas e possibilidades do uso de imagem (incluindo PET/RM) na oncologia pediátrica
Palestrante: Vicente Odone – Especialista em câncer infantil, coordenador-clínico do ITACI, pediatra e hematologista do hospital Albert Einstein e diretor-presidente da Fundação Pró-Sangue.
Apresentação de Casos e discussão
Palestrante: Nathalia Halley
20h20
PET/RM: Workflow, protocolos e otimização de dose
Palestrante: Marcelo Araújo Queiroz – Especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem;
20h40
PET/RM – Aplicações na oncologia pediátrica. Visão do médico nuclear
Palestrante: Ricardo Cavalcante Quartim Fonseca – Médico Nuclear no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e no Hospital Paulistano – SP. Pesquisador clinico no (HIAE), com foco em imagem molecular.


quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Escola de Gestão do Conhecimento Nuclear

O evento é realizado pela AIEA e IRD/CNEN, no período de 5 a 9 de dezembro, no Rio de Janeiro


A Escola de Gestão do Conhecimento Nuclear acontece de 5 a 9 de dezembro, no IRD, em parceria com a Agência Internacional de Energia Atômica. As vagas são limitadas e o curso será realizado das 9 às 16 horas. A inscrição será feita pelo setor de ensino do IRD.
A Escola de Gestão do Conhecimento Nuclear é um curso com objetivo de prover educação e treinamento especializado no desenvolvimento e na implementação de programas de gestão do conhecimento nas organizações de ciência e tecnologia nucleares.
O acesso aoIRD é feito por linha BRT, sendo a estação mais próxima Ilha Pura. O BRT possui interligação ao metrô pela linha Jardim Oceânico.


terça-feira, 15 de novembro de 2016

Só 6% dos serviços de medicina nuclear são públicos,diz associação

Flávia Villela* - Repórter da Agência Brasil

Pouco conhecida pela maioria da população, a medicina nuclear é hoje fundamental para o diagnóstico de vários tipos de cânceres e doenças do coração. Entretanto, somente 6,3% dos serviços dessa tecnologia no Sistema Único de Saúde (SUS) são públicos. Os dados são da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) com base no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus). O tema foi abordado nesse sábado (12) durante o 2º Fórum dos Pacientes do 30º Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear.

Segundo o presidente da SBMN, Claudio Tinoco Mesquita, os demais serviços são privados e também contratados pelo SUS. “Como a tabela do reembolso desses serviços não é reajustada desde 2009, muitos estão parando de atender. Já ouvi diretor de hospital dizer que medicina nuclear dá prejuízo”, disse Tinoco. “É muito injusto, porque quem produz é o governo e essa produção feita com alta tecnologia acaba servindo, sobretudo, ao setor privado”, completou.

A medicina nuclear utiliza quantidades mínimas de substâncias radioativas - os chamados radiofármacos - para obter imagens e oferecer tratamentos precisos para diversas doenças e, em alguns casos, seu uso pode ser decisivo na cura do paciente. Márcio Salmázio, de 48 anos, foi diagnosticado com câncer de próstata no início do ano. “A doença já estava avançada, estava com metástase nos gânglios linfáticos. Meu primeiro médico falou que nem iria me operar, que meu caso era apenas tratamento paliativo”, afirmou. Após trocar de médico, ele fez um exame conhecido como PSMA, que identificou que a metástase poderia ser revertida. “Fiz um exame há 15 dias e estou zerado.”

O exame não está incluído nem no SUS nem na saúde complementar e custa cerca de R$ 4.500. “Infelizmente, é um exame caro e poucas pessoas têm acesso a ele. Fico pensando quantas pessoas acabam morrendo porque não podem fazer esse exame, não recebem devido tratamento”, destacou Salmázio.  

O câncer de próstata é o segundo mais frequente entre homens. De acordo com médica nuclear do Hospital Israelita Albert Einstein, Akemi Osawa, a nova tecnologia está revolucionando os paradigmas do diagnóstico e do tratamento. “Em algumas situações, o paciente está há anos achando que tem metástase no osso e quando fazemos o PSMA, não estava no osso. É um impacto avassalador. Torço para que essa tecnologia seja difundida a galope”.

A grande assimetria entre o acesso no serviço público e no privado foi também discutida no fórum. “Dos 150 milhões de usuários do SUS, temos 228 cintilografias cardíacas. E dos cerca de 51 milhões de usuários da saúde suplementar, temos 800 mil cintilografias cardíacas”, disse Tinoco. Para quem tem plano de saúde, o uso de cintilografia cardíaca está na faixa de 1.683 procedimentos para cada 100 mil habitantes, e, no SUS, ela cai para 150 para cada 100 mil habitantes.

Mais de 430 clínicas oferecem exames traçadores no país, e o número vem crescendo cerca de 5% anualmente. A este ritmo, o SUS só alcançará mesma taxa de utilização da saúde suplementar daqui a 50 anos, destacou o Tinoco.

A representante de o Instituto Vencer o Câncer, Rita de Cassia Domingues, disse que, mesmo na saúde suplementar, os pacientes têm encontrado muita dificuldade para marcar exames. “Muitas vezes o médico não solicita exames importantes porque o plano de saúde não paga. O rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde deveria ser um direcionamento e não um teto. Esta é a grande preocupação da sociedade civil organizada”, destacou. Os serviços de medicina nuclear estão concentrados nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

A representante da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), Mariana Cavalcante, lembrou que o acesso a esse tipo de tecnologia é ainda pior nas regiões Norte e Nordeste. “Dos 40 centros que realizam PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons), 14 ficam na Região Sul e 17 na Região Sudeste. Na Norte não tem nenhum centro que realiza o exame, segundo dados do SUS de 2015,” disse.

PET

O PET é um dos principais avanços da medicina nuclear e vem contribuindo para diminuir o número de cirurgias desnecessárias para a remoção do tumor e diminuindo gastos no SUS. 

De setembro do ano passado a agosto deste ano, segundo o Datasus, nenhum PET foi feito na Região Norte e em vários estados, inclusive no Rio de Janeiro. Ao todo foram feitos 12 mil exames nesse período, menos 0,1 para cada 100 mil habitantes, bem abaixo de países vizinhos como o Uruguai e a Argentina. Na saúde suplementar, essa taxa é de 16 por 100 mil habitantes.

A Agência Nacional de Saúde prevê o uso do exame na saúde suplementar para apenas oito indicações de câncer. Em alguns países da Europa e nos Estados Unidos, a indicação passa de 50. No SUS, o exame só está autorizado para três tipos de doenças: linfoma, câncer de pulmão e câncer de cólon com metástase hepática. Além do PET, mais 52 procedimentos ambulatoriais são oferecidos gratuitamente no sistema público de saúde, além de 20 radiofármacos. Existem hoje cerca de 150 equipamentos de PET no Brasil.
 
 

*A repórter participou do congresso a convite da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear

Edição: Aécio Amado

Reator Multipropósito só sai do papel com política de Estado, diz técnico

Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil

José Augusto Perrotta disse, no Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear, que o Brasil poderia ter investido menos em estádios e mais no Reator Multipropósito Brasileiro, que ajuda no diagnóstico do câncerFlávia Villela/Agência Brasil

O dinheiro gasto com arenas de futebol para a Copa do Mundo poderia ter ajudado a concluir o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), um empreendimento ambicioso que pode tornar o Brasil autossuficiente na produção de substâncias utilizadas no tratamento e diagnóstico do câncer, na indústria, agricultura e no meio ambiente.

A afirmação é do coordenador técnico do empreendimento, José Augusto Perrotta, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Ministério da Ciência e Tecnologia. Ele participou do 30º Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear, que termina hoje em São Paulo. 

O projeto está parado esperando US$ 150 milhões. O preço total do programa é de US$ 500 milhões. Até agora foram gastos R$ 75 milhões.

“É uma estrutura fundamental para o desenvolvimento nacional nas atividades do setor nuclear, nas áreas de aplicações sociais, estratégicas, industriais e desenvolvimento científico e tecnológico. Além disso, é um investimento que se paga em 20 anos”, disse.

O técnico nuclear propõe que o projeto seja abraçado por mais ministérios porque vai beneficiar diferentes áreas, como saúde, defesa e pesquisa e exige alto investimento. “Precisa ser um programa de Estado. Sabemos que temos dificuldade financeira, mas precisamos definir quais são as prioridades do país,” declarou.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, Claudio Tinoco Mesquita, falta vontade política para concluir o empreendimento.  “Estamos falando de uma especialidade médica que atende mais de 2 milhões de pessoas por ano. As chances de você ir a esses novos estádios de futebol são muito pequenas, mas as chances de, ao longo da minha vida, fazer procedimentos da medicina nuclear são muito reais”, disse.

“O problema do RMB é que ele não cabe em um mandato de presidente da República. As pessoas são muito imediatistas e não pensam que esse empreendimento pode sustentar a medicina nuclear brasileira nos próximos 20, 30 anos”. Hoje quase todos os radioisótopos utilizados na medicina nuclear são importados e os preços variam de acordo com a flutuação do dólar.

Projeto básico já está concluído

O empreendimento, que será construído em Iperó (SP), já tem projeto básico concluído e conta com licenças prévias junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN, além de outorga de água.

Já foram feitas três audiências públicas. No momento, está sendo desenvolvido o combustível nuclear para viabilizar a preparação do reator. Falta agora contratação do projeto detalhado do reator e dos sistemas nucleares. Perrota ressaltou que, caso sejam disponibilizados os recursos integrais para o projeto, ainda há chance de o empreendimento ficar pronto em 2022.

“Já são oito anos falando sobre o assunto, espero não passar mais oito anos falando a mesma coisa. Estou há 34 anos na CNEN, do Estado. O que temos visto ultimamente é que o governo não executa as ações do Estado. Estou há oito anos nesse projeto, já se passaram sete ministros, não sei quantas secretários-executivos e a cada recomeçar é preciso explicar o que existe e o problema não foi resolvido”, disse ele.

“É preciso mudar o modelo. Precisamos de um sistema que atenda ao estado e não para benefício de quem trabalha para o Estado”, salienta. Uma vez concluído, o empreendimento terá infraestrutura de pesquisa aberta à comunidade científica 24 horas por dia. Além de fornecer feixes de nêutrons para pesquisa científica, será usado em testes de irradiação de materiais e combustíveis utilizados em usinas nucleares geradoras de eletricidade e submarinos propulsados por reatores nucleares, por exemplo.

O reator também tem a missão de produzir radioisótopos e fontes radioativas para a saúde, indústria, agricultura e meio ambiente, substituindo importações e gerando exportações.

Reatores no Brasil

O reator nuclear do RMB terá 30 megawatts de potência. O Brasil possui quatro reatores nucleares de pesquisa em operação. O mais antigo, inaugurado em 1957, e de maior potência (5 megawatts) é do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em São Paulo.

O Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN) em Belo Horizonte possui um reator de 100 kilowatts e o Instituto de Engenharia Nuclear (IEN) no Rio de Janeiro, um de 500 watts, ambos construídos na década de 60. O quarto reator nuclear de pesquisa também no IPEN é uma instalação do tipo unidade crítica (100 watts) e foi construído na década de 80, já com tecnologia nacional, visando o desenvolvimento autônomo da tecnologia para reatores nucleares de potência.

Perrota lembrou que os reatores existentes no país não têm capacidade para garantir operação comercial ou características adequadas para uma pesquisa de alto nível.

Faltam pesquisa e pessoal

O diretor de produção do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), Jair Mengatti, ressaltou que outro problema urgente que o país enfrenta é a falta de pessoal capacitado e de pesquisa no ramo da medicina nuclear.

“Não acredito em milagre, hoje o maior capital que o país tem é o conhecimento. Sem isso, seremos importadores a vida inteira. Países hoje ricos investiram em pessoas, em pesquisa e desenvolvimento”, declarou. “Ou pensamos grande ou continuaremos sendo colônia”, afirmou.

O Ipen é principal fornecedor de material radioativo médico do país. Os funcionários já fizeram duas greves nos últimos dois anos por melhores salários e condições de trabalho. A maioria dos servidores está próxima da aposentadoria e não há previsão de concursos para reposição desse pessoal.

A repórter participou do congresso a convite da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear.
Edição: Kleber Sampaio