terça-feira, 27 de julho de 2010

Pesquisadores do Ipen desenvolvem elemento combustível instrumentado

14 de Abril de 2010
                                                     E. R. Paiva
Pesquisadores e técnicos do CEN e do CCN durante o processo de montagem do elemento combustível instrumentado

Pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) desenvolveram um elemento combustível instrumentado para operar no reator nuclear de pesquisas IEA-R1. O elemento combustível em questão serve para fornecer informações de parâmetros e dados sobre as reais condições do combustível no reator em operação. (Para saber sobre o reator EIA-R1 clique aqui)

O projeto desenvolvido foi coordenado pelo engenheiro mecânico, Mestre em tecnologia nuclear, Pedro Ernesto Umbehaun, do Centro de Engenharia Nuclear (CEN) do Ipen. O novo elemento combustível, que recebeu o número de identificação EC-208, se encaixa em todas as normas de segurança do reator. “O reator IEA-R1 deve tornar-se referência mundial para muitos códigos de análise termohidráulica e de análise de acidentes”, conta Umbehan, coordenador do projeto.

O novo dispositivo teve sua primeira operação em potência de 3,5 MW no mês de fevereiro e tem produzido, desde então, dados experimentais importantes como a diferença das temperaturas internas e externas da placa combustível do elemento. A dificuldade foi fabricar placas combustíveis com termopares fixados à sua superfície.

Por meio de um Projeto de Pesquisa Coordenada (CRP) intitulado “Safety Sigficance of Postulated Initiating Events for Different Research Reactor Types and Assessment of Analytical Tools”, o grupo conseguiu o apoio técnico e financeiro da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que se preocupa com reatores de pesquisa com o intuito de capacitar profissionais no mundo todo a utilizarem os códigos de cálculo e homogeneizar as informações.

O elemento combustível instrumentado foi construído pelo Centro de Combustível Nuclear (CCN), seguindo projeto desenvolvido pelo CEN. “Além da execução do trabalho, que foi de extrema importância, vale ressaltar a dedicação, responsabilidade e harmonia de todos os técnicos, pesquisadores e engenheiros no desenvolvimento de um projeto dessa grandeza. Com bastante foco e trabalho conjunto conseguimos chegar a um resultado final excelente”, enfatiza Elita Urano, gerente do CCN.

Áreas como a Diretoria de Radiofarmácia (DIRF), Centro de Química e Meio Ambiente (CQMA), Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) e a Administração, que ajudou na burocrática importação de materiais, também estiveram envolvidas no projeto. O Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) também colaborou com a execução do dispositivo experimental.

O coordenador técnico do projeto para a construção do Reator Nuclear Brasileiro (RMB) e Diretor de Projetos Especiais do Ipen, José Augusto Perrotta, ressalta o trabalho em equipe e da participação de pesquisadores de vários centros. “Conseguimos desenvolver o elemento combustível instrumentado que é de grande importância experimental para a área de reatores de pesquisa do país. Poucos países têm um elemento combustível como este em operação e o Brasil, agora, está entre estes poucos. Isto demonstra a nossa capacidade em desenvolver tecnologia nesta área”, conta Perrotta.

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