segunda-feira, 9 de novembro de 2015

1º Consenso Brasileiro de Tratamento do Câncer de Próstata Avançado é publicado

Medicina nuclear como conduta terapêutica está entre as condutas indicadas



Com o objetivo de alinhar condutas diagnósticas e terapêuticas aplicadas no manejo do paciente com câncer de próstata avançado a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), se uniram para produzir o “1º Consenso Brasileiro de Tratamento do Câncer de Próstata Avançado”.
As diretrizes estabelecidas contaram com a contribuição analítica e prática da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), representada pelo vice-presidente, Juliano Cerci, e pelo diretor, George Barberio Coura Filho, que juntamente com oito oncologistas e oito urologistas analisaram as proposições que desencadearam no Consenso.
Os benefícios no tratamento de tumores de próstatas resistentes por meio do uso de novos medicamentos e supressão do uso de fármacos anteriormente aplicados que não demonstraram ganhos efetivos aos pacientes foram alguns dos pontos estabelecidos.
Entre os novos adventos terapêuticos que compõe o arsenal está o radiofármaco denominado “emissor de partículas alfa para uso em câncer de próstata” (radio-223) que reduz a mortalidade e aumenta a sobrevida dos pacientes. A Anvisa aprovou em julho de 2015 o registro da substância para uso em homens com câncer de próstata em estágio avançado, resistente à castração sintomática, que se espalhou para os ossos, mas não para outros órgãos.
De acordo com o vice-presidente da SBMN, o médico nuclear e pesquisador Juliano Cerci, os homens que receberam o radiofármaco viveram uma média de 14 meses em comparação com uma média de 11,2 meses para os homens que receberam placebo. “É o primeiro radiofármaco para metástases ósseas que permite aumentar a sobrevida global destes pacientes”, relata. No momento Cerci esclarece que o radiofármaco está em fase de precificação para que possa efetivamente estar à disposição para uso. “A SBMN está aguardando que haja desfecho ainda este ano para que os pacientes possam ter acesso o quanto antes a esta droga”, relata Cerci.
O “1º Consenso Brasileiro de Tratamento do Câncer de Próstata Avançado” foi realizado no dia 4 de novembro, durante o 35º Congresso Brasileiro de Urologia. A SBMN esteve presente na atividade.
Sociedade de Urologia unifica diretrizes para tratamento de câncer de próstata >> Em reportagem publicada pela Agência Brasil de Notícias (EBC) o coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU, Lucas Nogueira, relatou que o documento de consenso vai ajudar, inclusive, o paciente a ter acesso às novas drogas junto ao plano de saúde e ao governo, no Sistema Único de Saúde (SUS).
Lucas Nogueira destacou que esta é a primeira vez que se atesta a efetividade dessas drogas que estão aprovadas para uso no Brasil (Rádio-223, abiraterona, enzalutamida e cabazitaxel), embora não houvesse até então uma definição bem colocada para sua aplicação. “Faltava um direcionamento para qual tipo de paciente e cada estágio da doença”, disse. As novas medicações podem prolongar a sobrevida dos pacientes em média de quatro a seis meses cada, além de melhorar a qualidade de vida com redução da dor. No campo do diagnóstico foram analisados métodos de imagens utilizados.
O “1º Consenso Brasileiro de Tratamento do Câncer de Próstata Avançado” foi lançado no dia 4 de novembro, durante o 35º Congresso Brasileiro de Urologia.
As diretrizes estarão reunidas em um documento que será distribuído para todos os médicos associados da SBU e da SBOC. Um artigo científico será publicado no Jornal Brasileiro de Urologia, em nome das duas entidades.


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