terça-feira, 16 de outubro de 2012

Ipen fabrica centésimo elemento para reator nuclear - Exame

Fonte: Exame 
 
Reator nuclear de pesquisas IEA-R1 completa 55 anos de operação. Desde 1988, instituto consolidou a fabricação nacional do combustível

Arquivo Ipen
Inauguração do IEA-R1 com a presença do Presidente JK e Governador Janio Quadros: reator é o principal do país 

São Paulo - O Centro do Combustível Nuclear (CCN) do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) realizou, no dia 21 de setembro, a entrega formal do centésimo elemento combustível fabricado no instituto para o reator nuclear de pesquisas IEA-R1, no mês em que a instalação completa 55 anos de operação. 

De acordo com o Ipen, foram realizados vários investimentos ao longo dos anos para adequação da fábrica de elementos combustíveis, de forma a cumprir as exigências em termos de qualidade, segurança e proteção ao meio ambiente, sem interromper a produção rotineira. 

O IEA-R1 é o principal reator nuclear de pesquisas do Brasil, fundamental no desenvolvimento de pesquisas e na prestação de serviços de irradiação. Nele são fabricados os radioisótopos, matéria-prima para os radiofármacos, que ajudam a diagnosticar e a tratar doenças como o câncer, entre outras aplicações em áreas como cardiologia e neurologia. 

Os elementos combustíveis utilizados pelo reator IEA-R1 são do tipo MTR (Materials Testing Reactor), formados pela montagem de um conjunto de placas combustíveis paralelas entre si, que permitem a passagem de um fluxo de água que serve como refrigerante e moderador. 

A fabricação do combustível compreende processos químicos, metalúrgicos e cerâmicos, além de um cuidadoso controle dos processos envolvidos e da qualidade do produto final. Desde 1988 o Ipen consolidou a fabricação nacional do combustível para o seu reator de pesquisas IEA-R1, deixando de importar elementos combustíveis. 

Em 2011, pesquisadores do CCN anunciaram o domínio tecnológico para produção de combustível com alta concentração de urânio, que incorpora 4,8 gramas de urânio por centímetro cúbico, limite atual para a tecnologia de dispersão à base de siliceto de urânio – os mais avançados comercialmente.
Este combustível será utilizado no Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), projeto de um novo reator nuclear de pesquisas a ser instalado em Iperó, no interior paulista.

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