segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Instalação de reator nuclear em Iperó vira motivo de polêmica na região


Fonte: G1 Portal de Notícias - Sorocaba e Jundiaí - TV TEM 

Coordenadores afirmam que vai ser possível incrementar a medicina. 
Ambientalistas temem um acidente radioativo com danos à população 


Do G1 Sorocaba e Jundiaí 


Projeto visa implantar reator em Iperó igual a um existente em instituto da Universidade de São Paulo (Foto: Reprodução/TV TEM)

A instalação de um reator nuclear de pesquisa em Iperó (SP) virou motivo de polêmica na região. Com o equipamento, os coordenadores do projeto defendem que vai ser possível incrementar a medicina nuclear no Brasil. De outro lado estão os ambientalistas que temem um acidente radioativo com danos para toda a região da cidade. 

Várias audiencias públicas estão sendo realizadas para discutir o assunto. Na quinta-feira (14), uma comissão saiu de Sorocaba (SP) para conhecer o reator de pesquisa que funciona desde 1950 na capital paulista. 

Em uma piscina de aproximadamente 10 metros de comprimento fica uma fonte inesgotável de energia. No fundo da água está depositado o combustível: 36 quilos fragmentados de minerais ricos em Urânio. O local nada mais é do que um reator nuclear instalado há mais de 50 anos noInstituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), que fica na Universidade de São Paulo (USP). "A finalidade desse reator é gerar radiação por meio da fissão do urânio 235, no nosso caso, e essa radiação vai ser aproveitada para tornar algum produto existente, que não é radioativo naturalmente, em radioativo", explica o operador de reator, Alberto de Jesus Fernando

Na unidade do reator nuclear da USP tudo é controlado por meio de computadores. Equipamentos de alta tecnologia que produzem materiais radioativos usados na indústria, agricultura e, principalmente, na medicina nuclear. O produto radioativo que sai do reator e é direcionado para a área médica vai para a rádio farmácia. O local é um laboratório onde o produto é processado para depois ser distribuído para clínicas e hospitais. A manipulação obedece regras rígidas de segurança, com roupas especiais. Inclusive, dentro do laboratório, as mãos dos trabalhadores são mecânicas. 

E é justamente essa tecnologia que será desenvolvida em Iperó. O reator multiprósito brasileiro com capacidade para gerar 30 megawatts de energia será o quinto do Brasil. O modelo é o mesmo do Ipen. A implantação do projeto divide opniões e já foi tema de audiências públicas por causa dos riscos da radiação. 

Por isso, uma comitiva saiu de Sorocaba para visitar o instituto na capital e entender como funciona essa tecnologia. Representantes da Secretaria de Meio Ambiente, da Secretaria de Planejamento e Gestão, políticos, Defesa Civil, Ongs e universidades percorreram toda a estrutura montada no Ipen. "Esse reator multiprósito brasileiro que virá para Iperó, que é nossa vizinha, traz uma série de incertezas. As pessoas ficam desconfortavéis e buscam esses esclarecimentos na Secretaria do Meio Ambiente. Então, nós viemos conhecer para obter esclarecimentos deste processo", comenta a secretária do Meio Ambiente de Sorocaba, Jussara de Lima Carvalho. 

A implantação do reator nuclear de pesquisas em Iperó será em uma área de 2 milhões de metros quadrados e deverá custar R$ 1 bilhão. Um investimento do Governo Federal por meio do Ministério da Ciência e Tecnologia. O coordenador do projeto do reator, José Augusto Perrota, explica que esse é um passo importante para o Brasil, que hoje importa grande parte dos produtos radiotivos usados na medicina nuclear. Ele afirma que esse é um desenvolvimento seguro para as cidades de Sorocaba e Iperó, além de todo o país. "A medicina nuclear do país está em uma crescente de aplicação cada vez maior e importante no salvamento de pessoas", finaliza Perrota.


Nenhum comentário:

Postar um comentário